O Iêmen é o país que sofre a maior crise humanitária do mundo, de acordo com um estudo divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) nesta quarta-feira. Os principais motivos são a guerra que o território enfrenta desde 2014, a crise de fome e subnutrição e o grave surto de cólera que atingiu o país deixando 1.900 vítimas e 40.0000 casos registrados nos últimos três meses.
O Iêmen oferece o ambiente propício para a contaminação. Os serviços sanitários de água e saneamento estão paralisados há dois anos. As três principais agências da ONU informaram que as principais estruturas sanitárias foram danificadas ou destruídas. Os trabalhadores sanitários não recebem salário há dez meses.
A cólera é uma infecção intestinal aguda transmitida através da ingestão de água e comida contaminada com a bactéria vibrio cholerae. A doença pode apresentar uma rápida evolução e levar o enfermo a morte em apenas 24 horas. Os primeiros sintomas podem ser percebidos de dois a três dias após o contágio.
Além da luta contra a cólera, o Iêmen também sofre com a fome. Aproximadamente 60% da população não sabe de onde virá sua próxima refeição e quase dois milhões de crianças sofrem de desnutrição severa, diz a ONU.
Guerra civil
O país vive um grave conflito militar desde a Primavera Árabe, em 2011, quando os rebeldes xiitas houtis participaram de protestos para retirar o presidente Abd Rabbo Mansur Hadi. O grupo se aproveitou do vácuo no poder deixado pela crise política e expandiu o seu controle territorial. Em 2014, os houtis conseguiram ocupar a capital Sana e outras províncias.
A guerra se agravou em 2015, quando o presidente foi forçado a fugir do país para a Arábia Saudita. Os houtis dissolveram o Parlamento e passa a governar o país.
Hoje, o Iêmen encontra-se dividido. De um lado estão os houthis, apoiados pelo Irã, e do outro o presidente Hadi, apoiado pela Arábia Saudita. As três principais agências da ONU se reuniram com os líderes iemenitas em Aden e Sana, cada qual controlada por uma parte do conflito, para que permitissem o acesso dos trabalhadores humanitários às zonas afetadas pelos combates e para que paguem os salários devidos aos trabalhadores sanitários.
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(Com agência EFE)