Após a confirmação do primeiro caso do novo coronavírus na África Subsaariana, na Nigéria, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou nesta sexta-feira, 28, que o surto da Covid-19 “está aumentando”, reiterando o alerta de que o vírus pode atingir a maioria dos países, se não todos.
O porta-voz da OMS Christian Lindmeier disse em uma entrevista coletiva em Genebra que a organização está analisando relatos de algumas pessoas sendo reinfectadas. As pesquisas incluem a revisão de como foram feitos os testes. “Mas, em geral, uma pessoa que teve infecção por coronavírus estaria imune pelo menos por um tempo”, disse.
Uma missão da OMS no Irã –que agora registrou 388 casos e 34 mortes– deve começar no início da próxima semana e ainda está sendo montada, disse ele.
O caso registrado na Nigéria é de um cidadão italiano que trabalha na Nigéria e viajou de Milão a Lagos no dia 25 de fevereiro. O paciente está clinicamente estável, sem sintomas sérios, no Hospital de Doenças Contagiosas em Yaba, Lagos.
Até esta sexta-feira, havia apenas dois casos do novo coronavírus em todo continente africano: um no Egito e outro na Argélia.
Na quinta-feira 27, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que seria um “erro fatal” para qualquer país presumir que não será atingido pelo coronavírus. Afirmou ainda que os países ricos que podem ter pensado que estavam mais seguros devem esperar surpresas.
O chefe do programa de emergência da OMS disse que o Irã, que até o momento registra o maior número de mortes fora da China, pode estar lidando com um surto que é pior do que se sabe até agora. Ele também disse que estão sendo realizadas discussões com os organizadores sobre os Jogos Olímpicos, programados para julho no Japão.
“Nenhum país deve assumir que não haverá casos, isso seria um erro fatal, literalmente”, disse. “E até digo que se você olhar para a Itália, um membro do G7, foi realmente uma surpresa. Então, mesmo em muitos outros países desenvolvidos, você também vê algumas surpresas, deve esperar algumas surpresas.”
A OMS declarou o surto uma emergência internacional em 30 de janeiro e instou os países a prepararem exames, alas de isolamento e campanhas de educação pública. “Este vírus tem um potencial pandêmico”, disse Tedros. “Não é hora para o medo. É hora para tomar medidas para prevenir infecções e salvar vidas.”
(Com Reuters)