O Ministério da Saúde da República Democrática do Congo confirmou nesta quarta-feira, 4, 2.000 novos casos de ebola no país desde agosto de 2018. Segundo a pasta, são dez casos novos por dia que estão sendo reportados.
Até o momento, 1.914 casos foram confirmados e 1.346 pessoas morreram em decorrência da doença. Há ainda 94 casos que estão sob suspeita e 539 pessoas foram curadas.
O governo congolês havia decretado o fim do surto em julho do ano passado quando se passaram 42 dias — dois ciclos de reprodução do vírus — do último caso confirmado no país, mas, no mês seguinte, surgiram quatro novos casos de ebola e nos meses seguintes, a quantidade de mortes foi aumentando drasticamente até os números atuais.
A escalada da violência no país tem tornado difícil o trabalho de prevenção da doença através de campanhas de vacinação. Além disso, uma parcela da sociedade está desconfiada quanto à ação da ONU no país.
Entretanto, a Organização MundiaL da Saúde (OMS), reportou que há uma tendência de queda nos casos de ebola. Ela divulgou os dados no dia 30 de maio, dizendo que “foram confirmados um total de 73 novos casos nos últimos sete dias contra os 127 casos confirmados anteriormente”. A OMS, porém, pede cautela na interpretação dos números, pois a coleta de dados é muito mais complexa devido a situação atual no país.
Ebola
O ebola é um vírus da família dos Filoviridae, de estrutura extremamente simples, mas altamente agressivo ao organismo humano. Ele é formado de material genético envolto por uma cápsula de proteína. Como todos os vírus, o ebola é incapaz de se reproduzir sozinho. Ele escraviza o organismo hospedeiro de modo a replicar seu próprio genoma e produzir novos vírus
O provável hospedeiro natural do ebola é o morcego que se alimenta de frutas, comum praticamente em toda a África. A transmissão da doença ocorre pelo contato com fluidos de pessoas infectadas, especialmente sangue, vômito e fezes. A saliva e a lágrima podem conter o ebola, mas ainda não são conhecidos seu potencial de infecção.
Em 90% dos casos, os primeiros sinais da doença — febre, mal-estar, diarreia, náusea e vômito — aparecem dez dias após a contaminação. Nos estágios mais avançados, o paciente sangra pelos olhos, ouvidos, nariz, boca e reto. Em 50% dos casos o ebola é fatal. A causa da morte está relacionada à falência de múltiplos órgãos ou choque decorrente de infecção severa. Não há cura, é preciso aguardar o vírus sair do organismo. O tratamento inclui reidratação e controle dos sintomas e do metabolismo do doente.