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Suspeito de enviar bombas é republicano fanático com longa ficha criminal

Em 2002, Cesar Sayoc ameaçou empresa provedora de energia da Flórida com 'explosão maior do que a de 11 de setembro'

Por Da Redação
Atualizado em 30 jul 2020, 20h05 - Publicado em 26 out 2018, 16h55

Preso nesta sexta-feira como suspeito do envio de 12 pacotes-bomba para proeminentes figuras do Partido Democrata, Cesar Sayoc Jr., de 56 anos, é filiado ao Partido Republicano, se identifica como “gerente” e tem uma longa ficha policial. Inclusive uma ameaça de explosão de bomba, em 2002.

Sayoc, de 56 anos, foi preso pelo FBI nesta sexta-feira (26) na cidade de Aventura, na Florida, onde residia, ao final de um esforço concentrado das forças de segurança nesse estado. A maioria dos pacotes tinha como remetente a deputada federal Debbie Schultz, com o endereço de seu gabinete na Florida.

O secretário de Justiça dos Estados Unidos, Jeff Sessions, informou que Sayoc está sujeito a condenação de 58 anos de prisão pelos crimes de atacar atuais e ex-funcionários públicos federais e ex-presidentes do país, por enviar explosivos pelo correio, por transportá-los para outros Estados e de impor ameaças ao comércio inter-estadual.

“Isto será uma lição para qualquer um, independentemente de sua crença política, de que nós vamos usar a total força da lei contra quem tente valer-se de ameaças, intimidação e de completa violência para alimentar sua agenda (política)”, afirmou Sessions.

O histórico policial de Sayoc começou em 1991. Desde então, há registros de 10 prisões por furtos, roubos, porte de drogas. O “gerente” está descrito no Departamento Judiciário da Flórida como natural de Nova York, olhos castanhos, cabelo negro, com cicatriz no braço esquerdo, peso de 97,5 quilos, altura de 1,80 metro.

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Em 2002, segundo registro policial ao qual o Washington Post teve acesso, Sayoc telefonou para a companhia de eletricidade Florida Power and Light para ameaçar com uma explosão e a integridade física do representante da empresa. Ele teria acrescentado que ‘”seria pior do que o 11 de setembro”, segundo o registro.

De sua casa, em Aventura, uma van branca foi removida para inspeção pericial. Dentro dela, policiais encontraram panfletos em favor do presidente americano, Donald Trump, e fotos de figuras relevantes do Partido Democrata, como a senadora Elizabeth Warren, com uma mira sobre seus rostos, segundo o jornal SunSentinel.

No Twitter, Sayoc mantém uma conta com o nome de Cesar Altieri e se descreve como um “agente de vendas e de marketing, promoções, gerente de eventos ao vivo no Hard Rock de Seminole” e também como “ex-jogador de futebol profissional, lutador e lutador de MMA”. O Hard Rock Internacional disse não ter nenhum empregado registrado como Sayoc ou com os seus nomes fictícios.

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Nesse perfil, Sayoc mostrou ser um apoiador fascinado por Trump, com publicação de suas fotos em comícios do atual presidente dos Estados Unidos e em outras, usando um boné com o lema do governo “Vamos fazer a América grande de novo”.

Sayoc também postou nas redes sociais memes de ataque a alguns de seus alvos, como o ex-presidente americano Barack Obama e a ex-secretária de Estado Hillary Clinton, candidata democrata à Casa Branca nas eleições de 2016. Segundo o jornal The Guardian, seus textos nas redes sociais também traziam teorias conspiradoras sobre Obama e Clinton, que tiveram pacotes-bomba interceptados pelo FBI antes de chegarem a suas residências.

Também se mostrava indignado com o apoio do financista George Soros, outro de seus alvos, a políticos do Partido Democrata. Nos últimos dias, criticou duramente o prefeito de Tallahasse, Andrew Gillun, candidato democrata ao governo da Florida. Até o momento, Gillun não recebeu nenhum dos pacotes-bomba de Sayoc.

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Ele mantinha vários perfis nas principais redes sociais, porém com nomes fictícios.

Em 2012, quando morava com sua mãe, Sayoc declarou-se falido, segundo um arquivo do tribunal local. Seu advogado por muitos anos, Daniel Aaronson, afirmou que ambos jamais haviam discutido política e que, se isso tivesse acontecido, teriam entrado em atrito. Aaronson é democrata.

Entre seus clientes, Aaronson disse jamais ter encontrado alguém “tão polido, gentil e respeitoso”.

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