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‘Swing states’, ‘delegados’ e mais: veja glossário para entender eleições nos EUA

O que você precisa saber para ficar por dentro da queda de braço entre Kamala Harris e Donald Trump

Por Paula Freitas Atualizado em 1 nov 2024, 18h28 - Publicado em 1 nov 2024, 17h13
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  • Os Estados Unidos se preparam para uma das eleições mais concorridas da história da Casa Branca, com data marcada para 5 de novembro, na próxima terça-feira. O funcionamento do pleito nos EUA pode parecer incomum para os brasileiros, acostumados com voto obrigatório, urnas eletrônicas e resultados rápidos, além de um vocabulário que pode causar estranheza — “swing states”, “delegados” e “Colégio Eleitoral”, entre outros.

    Ler as notícias sobre as eleições americanas torna-se um desafio duro sem a compreensão dos termos. Veja abaixo o que você precisa saber para ficar por dentro da queda de braço entre a vice-presidente Kamala Harris, democrata, e o ex-presidente Donald Trump, republicano.

    + Guia das eleições nos EUA: o que você precisa saber sobre a disputa entre Kamala e Trump

    Swing states

    A disputa entre Harris e Trump está acirradíssima. Segundo a média de pesquisas nacionais, realizada pelo jornal americano The New York Times, ela aparece com 49% das intenções de voto, contra 48% dele. Um empate técnico, portanto. Em 43 estados, a disputa parece definida — segundo as pesquisas, ou o Partido Democrata ou o Partido Republicano tem no mínimo 60% de chance de cantar vitória.

    Com isso, sete estados ganharam protagonismo na corrida: Wisconsin, Michigan, Pensilvânia, Geórgia, Nevada, Arizona e Carolina do Norte. São os apelidados “swing states” (estados-pêndulo, em português), onde as preferências partidárias se alternam e cujos colégios eleitorais, por conta disso, definirão a eleição. Juntos, esses estados controlam 93 delegados.

    Em 2020, o democrata Joe Biden venceu no Arizona, Geórgia, Michigan, Nevada, Pensilvânia e Wisconsin. Apenas Carolina do Norte ficou nas mãos de Trump, que foi derrotado e fracassou na reeleição. Todos os seis estados foram essenciais, portanto, para o triunfo democrata.

    As últimas sondagens mostram que Harris tem dominado no Michigan, Wisconsin e Nevada, enquanto Trump tem superioridade no Arizona, Geórgia e Carolina do Norte. Pensilvânia parece ser um terreno nebuloso. Por lá, os dois estão tecnicamente empatados.

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    + Eleições nos EUA: as disputas que decidirão o controle do Congresso

    Colégio Eleitoral e delegados

    Para vencer as eleições, os candidatos precisam conquistar a maioria no Colégio Eleitoral, composto de 538 delegados. Cada um dos 50 estados detém um número de “delegados” proporcional à população. Eles são escolhidos por cada unidade federativa. Normalmente, são pessoas “politicamente ativas com empregos diários, administradores municipais ou legisladores estaduais”, de acordo com o Fórum Econômico Mundial.

    Ganha, portanto, quem arrematar 270 ou mais delegados. Ou seja, é possível que um candidato ganhe o maior número de votos nacionalmente, como foi o caso de Hillary Clinton em 2016, mas não alcance a presidência, pela falta de delegados suficientes.

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    Voto antecipado

    Nos EUA, o voto não é obrigatório. O dia das eleições, portanto, não é feriado nacional. Para facilitar o exercício democrático, há a opção de participar do pleito antecipadamente, seja por correio, seja presencialmente. O prazo varia de estado para estado. Cada unidade federativa é responsável por estabelecer regras e organizar o processo eleitoral.

    Até o momento, mais de 62 milhões de americanos já foram às urnas (ou mandaram por correio). A maneira de votar e o formato das cédulas varia entre os estados, bem como o funcionamento do processo — em alguns locais, há urnas eletrônicas, embora a grande maioria opte pelo voto impresso.

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    Democratas

    O Partido Democrata, por sua vez, é conhecido por pautas “progressistas, liberais e de esquerda, defendendo assim um governo forte para regular os negócios e ajudar os cidadãos dos Estados Unidos”. Apoia o Estado de bem-estar social e maior interferência estatal na economia, bem como “direitos legais das mulheres ao aborto gratuito, bem como os direitos das pessoas LGBTQIAPN+ à igualdade de tratamento perante a lei”.

    “Como democratas, acreditamos que cada pessoa nesta nação merece ser tratada com dignidade e respeito. Acreditamos que a assistência médica é um direito de todos e que o trabalho duro das famílias de classe média deve ser recompensado. Acreditamos que nossas escolas e ruas devem estar livres da violência armada e que as decisões de uma mulher sobre seu próprio corpo são dela”, diz o site do partido.

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    Republicanos

    Também chamado de GOP (Grand Old Party), o Partido Republicano é conhecido pelo conservadorismo, por defender o liberalismo econômico e a liberdade individual. Está relacionado aos “valores tradicionais, um baixo grau de interferência governamental e grande apoio ao setor privado”, de acordo com a embaixada dos EUA. Foi fundado em 1854, já tendo eleito 19 presidentes, de Abraham Lincoln a Donald Trump.

    “GOP é geralmente ‘pró-vida’, opondo-se, portanto, ao direito legal ao aborto gratuito e, em vez disso, enfatizando o direito dos fetos não nascidos de viver. Além disso, o partido é geralmente contra a introdução de uma legislação extensiva de controle de armas e, portanto, os republicanos salvaguardam o direito de portar armas, conforme articulado na Segunda Emenda da constituição dos EUA”, afirma a embaixada.

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    Independentes

    Alguns outros candidatos independentes também concorrem à presidência, mas não devem ter impacto significativo no resultado final. Pessoas sem partido e de siglas menores podem lançar nomes para disputar o pleito. No entanto, com a instituição do bipartidarismo (Partido Democrata e Partido Republicano dominam o campo político), nenhum independente conseguiu chegar à Casa Branca.

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    Muralha azul ou vermelha

    Somados, 18 estados dos EUA e o Distrito de Columbia compõem a chamada “muralha azul”, ou seja, votam historicamente em democratas. Essas unidades federativas votaram de 1992 a 2012 no partido. Três deles hoje são pêndulos, Michigan, Pensilvânia e Wisconsin, que foram conquistados por Trump em 2016.

    Embora menos utilizado, o termo “muralha vermelha” se referia aos estados que vão da Carolina do Sul a Idaho. Mas, em 2020, a revista americana o definiu “mais como uma cortina rosa ou um lago rosa”, pela perda de relevância.

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    + O que pode acontecer com os processos contra Donald Trump se ele for eleito

    Cinturão do Sol

    São estados do sul dos EUA que impactam o resultado final. O nome faz referência ao clima quente. Entre eles estão Flórida, Texas, Arizona, Carolina do Norte, Geórgia e Nevada — os quatro últimos, convém lembrar, são pêndulos. Por lá, há histórico de vitória republicana. O restante dos swing states estão no Cinturão da Ferrugem, uma região econômica que inclui estados no nordeste e centro-oeste do país.

    + Eleições nos EUA: o que acontece em caso de empate entre Kamala e Trump?

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