Taiwan realiza maior exercício de defesa contra possível invasão da China
Governo local ensaiou operações de evacuação em massa e cenários com grande número de vítimas, como ataques aéreos.

A capital de Taiwan, Taipé, conduziu nesta quinta-feira, 17, um dos maiores exercícios de defesa civil contra uma possível invasão da China, que considera a pequena ilha parte de seu território. Enquanto sirenes soavam, o trânsito parou, restaurantes fecharam as portas e moradores foram obrigados procurar abrigo em ambientes fechados — se não aderissem aos ensaios, corriam risco de multa.
O governo local também ensaiou operações de evacuação em massa e cenários com grande número de vítimas, como ataques aéreos. Para simular as possíveis consequências de um bombardeio, equipes de emergência tiveram de resgatar “sobreviventes” e tratar ferimentos, bem como montar pontos de distribuição de suprimentos.
#HK41 #Day9
Tri-Service General Hospital held its first evacuation drill, verifying procedures to preserve medical capacity during sustained operations.
Minister Wellington Koo praised the effort and urged ongoing improvement through after-action reviews.#ROCArmedForces pic.twitter.com/IoZfL0tMXL— 國防部 Ministry of National Defense, ROC(Taiwan) 🇹🇼 (@MoNDefense) July 17, 2025
Os ensaios fazem parte dos exercícios militares anuais de Han Kuang, que buscam preparar a população local frente às progressivas ameaças chinesas. Este ano, também estão sendo realizados exercícios de Resiliência Urbana, com destaque à defesa civil, que se estenderão até sexta-feira. O evento desta quinta contou com a participação do presidente de Taiwan, Lai Ching-te, definido por Pequim como um “separatista”, e autoridades governamentais, municipais e estrangeiras, como o chefe do Instituto Americano de Taiwan, Raymon Greene.
“Esperamos que, ao nos prepararmos para a guerra, possamos evitá-la e alcançar o objetivo da paz”, discursou Lai, destacando que Taipé não busca iniciar um conflito com Pequim, apenas defender-se. “Com preparação, temos força.”
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Resposta da China
A China chamou os exercícios de “um blefe e uma postura enganosa” de Lai. Em fevereiro, o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Wu Qian, subiu o tom das ameaças e disse que o país retomará o controle de Taiwan “mais cedo ou mais tarde”. Ele também alertou que a tentativa de Taipé de manter o controle é “um erro de cálculo sério da situação, da opinião pública e da comparação de forças”.
“Exagerar dessa forma é extremamente perigoso. Avisamos as autoridades do DPP (Partido Democrático Progressista, no poder do território semiautônomo) que segurar a maré com uma vassoura só vai acabar em autodestruição. Nós vamos pegar vocês, mais cedo ou mais tarde”, prometeu Wu.
Após os comentários do porta-voz chinês, o Ministério da Defesa de Taiwan acusou a China de ser a maior “encrenqueira” na comunidade internacional. Em comunicado, a pasta relembrou que “este ano marca o 80º aniversário do (fim da) II Guerra Mundial, e a história provou que qualquer forma de agressão e expansão terminará em fracasso”.