Talibã bombardeia e incendeia 12 escolas no norte do Paquistão
Terroristas condenam educação feminina, pois acreditam que contraria leis do Islã
Doze escolas – oito para meninas e quatro para meninos – foram atacadas com bombas e incendiadas durante a madrugada desta sexta-feira (3) em um distrito ao norte do Paquistão. Militantes ligados ao Talibã que rejeitam a educação feminina estão ativos no local, disse a polícia.
O Talibã paquistanês e militantes islâmicos aliados, que veem a educação feminina como contrária ao Islã, vêm atacando milhares de escolas para mulheres jovens em partes do noroeste e do norte do país.
Os ataques em vilarejos do distrito de Diamer, no norte de Gilgit –área conhecida pela beleza de sua paisagem, mas que testemunhou ataques contra turistas estrangeiros e muçulmanos da minoria xiita– foram um ato bem planejado e coordenado, disse o chefe de polícia Raja Ajmal.
Os agressores também tentaram invadir uma escola administrada pelo Exército, mas foram impedidos por guardas, disse o morador Ghayas Ali. “As pessoas ouviram fortes explosões.” Ninguém assumiu a autoria da ação, e não há relatos de mortes.
“Vocês sabem bem quem está realizando este tipo de ato e quais são seus motivos”, disse Raja Ajmal, acusando os grupos aliados ao Talibã. Ele contou que os moradores têm um histórico de rejeição à educação feminina, mas recentemente o governo ajudou a construir escolas para meninas no local.
O primeiro-ministro eleito Imran Khan condenou os ataques. “Isso é inaceitável e vamos garantir a segurança das escolas, pois estamos comprometidos em focar na educação”, tuitou Khan, que venceu as eleições gerais na semana passada.
Em 2012, o Talibã paquistanês atirou contra a ganhadora do prêmio Nobel Malala Yousafzai, conhecida pela defesa da educação feminina no país. Seu pai, Ziauddin Yousafzai, também condenou os ataques. “Temos que dar a mesma santidade às nossas escolas e instituições de ensino, como fazemos para mesquitas, templos e igrejas”, tuitou.
(Com Reuters)