O técnico de futebol dos meninos resgatados de uma caverna inundada da Tailândia nesta semana espera tornar-se cidadão tailandês. Ekkapol Chantawong e três garotos do time Javali Selvagem são apátridas.
A situação sensível na Tailândia desse pequeno grupo de resgatados também emergiu. EK faz parte da minoria Tai Lue, um de vários grupos cujos integrantes se movimentam durante gerações pelas regiões do sul da China, de Mianmar e de Laos e que figura entre as inúmeras comunidades étnicas do norte da Tailândia.
Muitas dessas pessoas não têm cidadania tailandesa e são oficialmente consideradas apátridas. Weenat Seesuk, autoridade do Ministério do Interior em Bancoc, disse que Chantawong, mais conhecido como EK, e três dos meninos do time Javalis Selvagens estão nesta condição. Mas não chegou a identificar qual a identidade étnica dos garotos.
“Eles não são cidadãos tailandeses”, resumiu Weenat, acrescentando que as autoridades estão analisando se eles se qualificam para obter a cidadania.
Ao jornal britânico The Guardian, Venus Sirsuk, diretor do Departamento de Registro no Ministério do Interior da Tailândia, confirmou que seu escritório está tentando garantir a cidadania a EK e aos três garotos. Os meninos possuem carteiras de identidade tailandesa, o que lhes confere alguns direitos, como o de frequentar escola e ter acesso aos serviços públicos de saúde. O técnico, porém, não tem o documento e é passível a deportação.
Chantawong, de 25 anos, foi único adulto do grupo de treze pessoas que permaneceu preso em uma caverna na província de Chiang Rai, no norte tailandês desde 23 de junho, por causa de intensas chuvas e inundação. Todos os treze foram resgatados em uma operação coordenada pela Marinha da Tailândia entre os últimos dias 8 e 10.
Ek e os doze garotos estão hospitalizados desde que foram resgatados e não falaram ainda sobre o episódio. Mas, em uma nota enviada aos pais dos meninos, pediu desculpas e prometeu tomar “o maior cuidado possível” com seus jogadores.. Os pais responderam para que ele não se culpasse, pois não sentiam raiva dele.
“Ek é um homem gentil e humilde. Ele ama esportes, ciclismo e futebol desde que era pequeno É um menino do interior, por isso gosta da natureza”, disse seu parente Charoenpol Rattanaweerachon, de 52 anos. “Muitos tailandeses disseram nas redes sociais que os garotos e o técnico deveriam receber a cidadania após seu calvário. EK adoraria se tornar um cidadão tailandês.”
(Com Reuters)