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Tensão entre palestinos e israelenses deixou 4 mortos em Gaza

Nos confrontos do sábado, 150 pessoas ficaram feridas nos territórios palestinos

Por EFE
10 dez 2017, 08h54

A tensão entre israelenses e palestinos cresce, após um dia que deixou quatro mortos em Gaza, e as manifestações contra o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, deixaram no sábado 150 feridos nos territórios palestinos, mas não deu início a terceira intifada.

Os distúrbios de ontem se concentraram nos bairros palestinos de Jerusalém Oriental, onde a polícia israelense a cavalo, cujo porta-voz alertou que “responderia a qualquer protesto ilegal”, reduziu todo esforço de manifestação.

No bairro de Salahaddin, vinte pessoas foram dispersadas quando levantaram bandeiras palestinas contrárias ao presidente americano, cujo rosto tachado com uma cruz estavam em cartazes, depois que na última quarta-feira ele ter reconhecido Jerusalém como capital de Israel e anunciasse a transferência da embaixada dos Estados Unidos para Tel-Aviv.

 

Bombas sonoras e cavalos pelas calçadas provocaram o caos no bairro e o fechamento das lojas comerciais, quando aumentou o número de manifestantes e jovens palestinos que se confrontaram com a polícia, jogando latas e garrafas, segundo a agência EFE.

Ao lado do Portão de Damasco, um dos principais acessos à cidade murada do Jerusalém, distúrbios similares terminaram com a prisão de 13 pessoas, além de quatro agentes feridos. “Eles bloquearam as estradas e jogaram pedras nos oficiais. Quatro policiais ficaram feridos e foram retirados do local do confronto”, disse o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld.

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Os maiores distúrbios aconteceram na Cisjordânia e na Faixa de Gaza, onde os jovens palestinos desafiaram ao Exército israelita, que acostuma responder com amplo materiais anti-distúrbios. Nessas zonas foram registrados 135 feridos, 25 deles por munições reais e que foram transferidos para hospitais, segundo o Ministério da Saúde da Palestina. O porta-voz militar disse que 600 palestinos jogaram coquetéis molotov, pedras, além de incendiarem pneus em protestos em 20 áreas da Cisjordânia.

No enclave costeiro foram registradas as quatro mortes, que culminaram com o aumento de tensão, duas delas foram em confrontos da última sexta-feira com o Exército israelita e outros dois em bombardeios realizados ontem pela Força Aérea contra posições do movimento islamita Hamas, como resposta ao disparo de mísseis a partir da Faixa. O primeiro bombardeio da última sexta deixou 15 feridos, entre eles um bebê de seis meses, e o segundo já na madrugada de ontem, dois mortos, identificados como militantes do braço armado do Hamas.

Ofer Zalzberg, analista israelita do International Crise Group, acredita que “é muito cedo para dizer como os protestos evoluirão, mas está claro que aumentarão a cada dia”.

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A liderança palestina estuda as medidas que devem seguir a decisão de Trump e, por enquanto, o presidente Mahmoud Abbas, segundo disse seu assessor, decidiu não receber o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence.

Para a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), os Estados Unidos estão deslegitimando o processo de paz, e o ministro das Relações Exteriores, Riyad Al-Malki, advertiu ontem no Cairo de que se converteu em parte do conflito e deixou de ser um mediador.

Segundo disse à EFE o porta-voz da OLP, Xavier Abu Eid, “houve uma série de reuniões dos comitês políticos” com o objetivo de “aprovar os passos a serem tomados, uma vez que os Estados Unidos decidiram descartar qualquer esforço para alcançar a paz”.

Abu Eid pediu para que a Europa aproveite a reunião que terá amanhã o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, com os outros chanceleres em Bruxelas (Bélgica), para se posicionar.

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