O grupo terrorista Estado Islâmico afirmou nesta terça-feira ter decapitado um jornalista americano desaparecido há quase dois anos na Síria. Os jihadistas publicaram um vídeo na internet mostrando a decapitação. O vídeo intitulado “Uma Mensagem aos Estados Unidos”, foi postado em redes sociais.
O jornalista foi identificado pelo grupo como James Foley, que foi sequestrado por homens armados na Síria em novembro de 2012. A Casa Branca informou que está trabalhando para verificar a autenticidade do vídeo. O Conselho de Segurança Nacional afirmou que a inteligência americana está trabalhando “o mais rápido possível para determinar a autenticidade”. “Se for genuíno, estamos revoltados com o brutal assassinato de um inocente jornalista americano e expressamos nossas mais profundas condolências à sua família e amigos”, disse a porta-voz do conselho, Caitlin Hayden.
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Foley, de 40 anos, é jornalista freelance e estava trabalhando para o GlobalPost, uma publicação online com sede em Boston, e também para a agência de notícias France Presse, informou o jornal The New York Times.
Os jihadistas afirmaram ainda que outro jornalista dos Estados Unidos, Steven Sotloff, é mantido refém e que sua vida depende da próxima decisão do presidente Barack Obama. O homem aparece no final do vídeo, também de joelhos e também com roupas cor de laranja. Sotloff, colaborador das revistas Time e Foreign Policy desapareceu na fronteira entre da Síria com a Turquia em julho de 2013.
No último dia 8, o Exército americano iniciou uma série de ataques aéreos contra o EI no Iraque, onde o grupo tem conseguido avanços. Foram os primeiros ataques dos EUA no Iraque desde a retirada das tropas do país, em 2011.
O grupo está impondo uma selvageria cotidiana em um vasto território entre a Síria e o Iraque, decapitando, crucificando e executando sumariamente os considerados ‘infiéis’. Os terroristas têm a meta de instituir um governo baseado na lei religiosa e expandir sua jihad, a guerra contra os infiéis, a partir do Oriente Médio.
A estética da barbárie funciona como arma de propaganda para aterrorizar os inimigos e garantir a obediência das populações das cidades conquistadas e também para atrair desajustados e radicais sunitas de todas as nacionalidades.
Vídeo – “Peço a meus amigos, família e entes queridos que se levantem contra meus verdadeiros assassinos, o governo americano, porque o que vai acontecer comigo é apenas o resultado de sua complacência e criminalidade”, diz o homem, de joelhos, vestido com uma roupa laranja, a mesma cor dos uniformes usados pelos presos de Guantánamo.
O homem com o rosto coberto então diz: “Este é James Wright Foley, um cidadão americano, de seu país. Como governo, você tem estado na linha de frente da agressão contra o Estado Islâmico. Hoje, sua força aérea militar está nos atacando diariamente no Iraque. Seus ataques causaram vítimas entre os muçulmanos. Você não está mais combatendo uma insurgência. Nós somos um Exército islâmico e um Estado que foi aceito por um grande número de muçulmanos no mundo todo”.
(Com agência Reuters)