Da África à Ásia Central, 119 pessoas perderam suas vidas nesta quarta-feira, 25, decivido a ataques do Boko Haram no Chade e do Estado Islâmico, no Afeganistão. Os atentados ocorrem em meio à pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, e dificultam a adoção de medidas de contenção do vírus pelos governos desses países.
No Chade, um comboio militar que transportava soldados do Exército e equipamentos na região de fronteira com Camarões, Niger e Nigéria foi emboscado pelos militantes do Boko Haram. “É a primeira vez que perdemos tantos homens”, disse o presidente do país, Idriss Déby. No total, foram 92 soldados mortos e 24 veículos militares, incluindo blindados, destruídos em um ataque que durou sete horas. Os terroristas fugiram pelo lago usando barcos e levando prisioneiros.
O lago abastece cerca de 20 milhões de pessoas. O local é uma das regiões mais pobres da África e tem pouca infraestrutura médica. A região é onde o Boko Haram tenta ampliar seu território por meio do aliciamento forçado da população e de ataques contra as forças militares dos governos ali presentes. Desde sua fundação há 11 anos, a guerra deflagrada pelo grupo terrorista já deixou mais de 35.000 mortos.
No Chade, atualmente, são contabilizados apenas três casos de Covid-19, mas a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu para que o continente africano se preparasse para o pior.
Afeganistão
Ao menos 25 civis foram mortos e oito ficaram feridos em atentado a um templo sikh no centro de Cabul, capital do Afeganistão. O ataque foi reivindicado pelo braço do Estado Islâmico no país e ocorreu nas primeiras horas da manhã, quando as orações da minoria religiosa estavam começando.
Um homem com uniforme da polícia entrou no prédio e começou a disparar contra as cerca de 150 pessoas presentes no templo. Logo em seguida, entraram os outros terroristas. A polícia informou que conseguiu resgatar a maioria das pessoas e que neutralizou os três terroristas. O Talibã, que firmou um acordo de cessar-fogo com os Estados Unidos, negou a autoria assim que o atentado ocorreu.
O Estado Islâmico vem multiplicado os ataques na capital afegã, frequentemente contra minorias religiosas. No início de março, assumiu a responsabilidade por um ataque a uma reunião política da minoria hazara, cujos membros são predominantemente xiitas. Trinta pessoas foram mortas.
O aumento da atividade do Estado Islâmico ocorre num momento em que o governo afegão está dividido entre o presidente, Ashraf Ghani, declarado vencedor da eleição presidencial, e seu ex-chefe executivo Abdullah Abdullah, que também se declarou vencedor do pleito de 2019. A situação piora ainda mais com um corte de um bilhão de dólares de ajuda dos Estados Unidos, anunciada na segunda-feira 23 pelo secretário de Estado americano, Mike Pompeo.
A crise política em Cabul pode agravar no combate à pandemia do novo coronavírus. No país, foram registrados 84 casos de Covid-19 e duas mortes.
(Com AFP)