Theresa May pede mais um adiamento do Brexit à União Europeia
Na TV britânica, a primeira-ministra afirmou que pretende usar o tempo extra para negociar um novo plano para o Brexit com a oposição trabalhista
A primeira-ministra britânica, Theresa May, declarou nesta terça-feira, 2, que irá pedir outro adiamento da saída do Reino Unido da União Europeia. May argumentou que pretende usar o tempo extra para negociar um novo plano para o Brexit com o Partido Trabalhista, principal força de oposição ao seu governo conservador.
A declaração de May sinaliza que Londres está mais disposta a aceitar o chamado “soft Brexit”, uma versão branda do acordo de divórcio negociado pela premiê. Mas também estampa a impossibilidade de o Parlamento aprovar um acordo aceitável por Bruxelas até o dia 12 de abril, que determinaria o início imediato e brusco do Brexit.
Em um breve comunicado na televisão britânica, depois de uma reunião de sete horas em seu gabinete, a primeira-ministra disse que pretende marcar reuniões com Jeremy Corbyn, o líder trabalhista, para buscar um plano consensual ao qual os dois lados “possam ser fieis.”
Se um acordo com Corbyn se mostrar impossível, declarou May, o novo plano seria apresentar ao Parlamento uma série de opções para o Brexit, com seu governo se comprometendo a apoiar qualquer ideia que angariar maioria.
Exigências trabalhistas
A premiê também deixou claro que sua proposta exigiria outra extensão do Artigo 50, que define o desligamento de um membro da União Europeia. Mas salientou que pretende ir além do dia 22 de maio para finalizar o processo, tentando tranquilizar o bloco econômico de que o Reino Unido não participará das eleições do Parlamento Europeu no dia seguinte.
Em outros momentos, a oposição trabalhista já deixou claro que não apoiará nenhum plano de saída da União Europeia que não inclua uma união aduaneira com o bloco. Os ministros pró-Brexit de May ainda não declararam oficialmente sua opinião sobre a abertura da premiê para negociações, mas um ministro conservador disse ao jornal The Guardian que o plano “demonstra novamente sua falta de liderança e inabilidade de tomar decisões.”