Theresa May sinaliza com segundo referendo sobre o Brexit
Antes contrária a nova consulta popular, primeira-ministra tem na medida sua carta na manga para o caso de fracassar sua negociação com os trabalhistas
A primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, está “mapeando cenários” para a realização de um segundo referendo sobre a saída da União Europeia caso o Parlamento britânico decida seguir esta opção, informou na segunda-feira 6 o jornal Daily Telegraph.
May ainda espera encontrar uma saída para o impasse no acordo do Brexit, mas vem conversando com o líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, para firmar um possível plano B – a nova consulta popular – caso esgote todas as suas alternativas.
Segundo o Telegraph, a líder discutiu com seus ministros e assessores a possibilidade de fazer um referendo para os britânicos optarem por continuar no bloco econômico, sair dele com um acordo ou sair dele sem um acordo.
A reportagem cita fontes anônimas do governo, afirmando que o plano de um novo plebiscito só tomará corpo se as conversas de May com o Partido Trabalhista falharem e a maioria parlamentar apoiar outra consulta popular. Oficialmente, o gabinete de May nega qualquer discussão sobre um segundo referendo.
Em 2016, 52% dos eleitores britânicos votaram a favor da saída da União Europeia, dividindo o país e paralisando o sistema político local. Governando com a minoria, May foi obrigada a atrasar o Brexit, inicialmente marcado para o dia 29 de março, após ter seu acordo para o processo recusado quatro vezes.
Agora, a previsão é que o Reino Unido deixe o bloco econômico no dia 31 de outubro, mas a falta de consenso em torno de um acordo deixa incertezas sobre o futuro britânico.
Em ocasiões anteriores, May se opôs publicamente a um segundo referendo, defendido ferozmente por Corbyn. Ela já declarou que, caso suas negociações com os trabalhistas falhem, apresentará uma série de opções para acabar com o impasse, mas não deixou claro quais seriam elas.
As conversas entre os conservadores e a oposição devem ser encerradas nesta terça, 7, e os ministros da primeira-ministra passaram os últimos dias discutindo a probabilidade de um acordo rápido. O vazamento dos detalhes de um possível compromisso almejado pelo governo britânico parece ter atrapalhado a relação com os negociadores trabalhistas e parlamentares de ambos os lados já se opuseram a uma possível coalizão ente eles.
(Com Reuters)