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Tillerson descarta renúncia e reafirma compromisso com Trump

O secretário de Estado americano teria chamado o presidente de "estúpido" na frente de assessores

Por Da redação
4 out 2017, 19h15
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  • O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, negou nesta quarta-feira que tenha a intenção de renunciar ao cargo, em uma tentativa de calar as crescentes versões sobre uma elevada tensão em sua relação com a Casa Branca e o presidente Donald Trump. “Nunca passou pela minha cabeça considerar a possibilidade de sair”, garantiu Tillerson, tentando restabelecer as pontes de diálogo com o presidente em meio a abertas especulações sobre a sua permanência no cargo.

    Mais tarde, Trump disse a jornalistas ter total confiança em seu secretário de Estado. “Foi uma notícia falsa, uma história mentirosa. Tenho total confiança em Rex”.

    A estopim da crise foi um relatório divulgado pela rede NBC News, segundo o qual a crescente tensão entre Tillerson e Trump motivou uma mediação do vice-presidente, Mike Pence, para resolver o conflito. O relatório apontou como expressão dessa tensão que, ao fim de uma reunião em 20 de julho, Tillerson teria chamado o presidente de “estúpido” na frente de assessores.

    Dessa forma, o magnata do petróleo e agora secretário de Estado tentou calar a onda de boatos em Washington e enviou uma mensagem à Casa Branca. “O vice-presidente nunca me persuadiu a permanecer como secretário de Estado porque nunca considerei deixar este cargo”, afirmou o chefe da diplomacia americana. “Meu compromisso com o sucesso de nosso presidente e de nosso país é tão forte quanto no dia em que aceitei ser secretário de Estado”, assegurou.

    “É inteligente”

    Com relação à suposta grosseria com Trump, Tillerson se limitou a comentar que essa versão se propõe a “dividir o país. E eu não quero fazer parte deste esforço de dividir o governo”. Em uma declaração na Casa Branca, Tillerson não poupou elogios a Trump: “ama o nosso país. Coloca os Estados Unidos antes de qualquer coisa. É inteligente e exige resultados”, disse.

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    Tillerson, um empresário que fez fortuna na indústria petroleira, onde chegou a ser diretor executivo da ExxonMobil, nunca conseguiu definir um perfil à frente da poderosa máquina diplomática americana. Além disso, desde que chegou ao cargo, Tillerson – que nunca havia ocupado uma posição no serviço público – enfrentou desafios significativos, como a conflituosa relação com o Irã e a crise com a Coreia do Norte.

    Já durante a Assembleia-Geral da ONU, os rumores indicavam que a Casa Branca veria com bons olhos um distanciamento de Tillerson para deixar o seu posto para a atual representante dos Estados Unidos no Conselho de Segurança, Nikki Haley.

    Nas últimas semanas, Tillerson acabou sendo arrastado várias vezes pelas mensagens do presidente Trump no Twitter, a ponto de parecer que a Casa Branca não estava interessada em seus esforços.

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    Perda de tempo

    Em uma delas, o presidente afirmou que Tillerson estava “perdendo tempo” ao tentar negociar uma saída diplomática às difíceis relações com a Coreia do Norte. “Não se preocupe, Rex, faremos o que tivermos que fazer”, acrescentou o presidente em uma mensagem que, em Washington, foi interpretada como uma tentativa de colocar o milionário secretário distante das decisões centrais do governo.

    As mensagens de Trump deixaram em evidência uma desavença dentro do gabinete, já que um dia antes o secretário de Defesa, Jim Mattis, disse em audiência no Congresso que apoiava a estratégia de Tillerson para a Coreia do Norte.

    Nesta quarta-feira, no entanto, a Casa Branca reagiu de forma coordenada. O gabinete de Pence emitiu uma nota negando veementemente que tenha feito alguma intervenção para convencer Tillerson a permanecer no cargo. Pence “valoriza os serviços do secretário de Estado (…) e agradece que tenha reafirmado a agenda externa do presidente Trump”. De acordo com Pence, a afirmação do relatório sobre a sua suposta mediação entre Trump e Tillerson é “categoricamente falsa”.

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    Em uma mensagem no Twitter, Trump assegurou que os responsáveis pelo relatório “deveriam pedir desculpas aos Estados Unidos”. A porta-voz da Casa Branca, Sarah Huckabee Sanders, disse que “se o presidente não confiasse em alguém, essa pessoa não estaria em um cargo”. 

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