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‘Toma lá dá cá’: Em reposta aos EUA, China fecha consulado americano

Interrupção das atividades da representação americana em Chengdu é capítulo mais recente da batalha internacional entre Pequim e Washington

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 24 jul 2020, 10h25 - Publicado em 24 jul 2020, 09h25
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  • Em resposta ao fechamento de sua representação diplomática em Houston, no Texas, a China ordenou nesta sexta-feira, 24, que o consulado dos Estados Unidos em Chengdu interrompa suas atividades. O ‘toma lá dá cá’ entre Pequim e Washington é o novo reflexo da cada vez mais tensa relação entre as duas potências, que competem nos campos político, econômico e tecnológico.

    Segundo o governo chinês, a decisão sobre o consulado na região sudoeste do país foi uma “resposta necessária” ao movimento americano contra a diplomacia de Pequim. O Ministério de Relações Exteriores afirmou ainda que a responsabilidade pela situação atual “recai inteiramente sobre os Estados Unidos” e pediu que as relações bilaterais “voltem aos trilhos”.

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    Na última quarta-feira 22, a Casa Branca exigiu que o consulado chinês em Houston fosse fechado. Segundo o governo de Donald Trump, a decisão foi tomada porque Pequim estava “roubando” propriedade intelectual americana. O gigante asiático considerou a ordem uma “medida sem precedentes” e prometeu retaliação.

    A China não especificou até quando a representação diplomática americana terá que ser fechada efetivamente. No caso de Houston, Donald Trump deu 72 horas aos diplomatas chineses.

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    Além da embaixada em Pequim e do consulado em Chengdu, os Estados Unidos têm outros quatro consulados na China continental – Cantão, Xangai, Shenyang e Wuhan – e um no território semiautônomo de Hong Kong.

    A escolha do governo chinês de fechar o de Chengdu não foi aleatória. A representação diplomática cobre o sudoeste da China, incluindo a Região Autônoma do Tibete. Era a representação diplomática americana mais próxima de Chongqing, importante centro industrial chinês, e de onde são transportados produtos eletrônicos e outras mercadorias pela Ásia e Europa Oriental.

    As tensões entre os dois países aumentaram de forma considerável nos últimos meses, por motivações diversas. O governo do presidente Donald Trump acusou Pequim diversas vezes de má gestão da pandemia de coronavírus e de ter, inclusive, sido responsável pela criação da doença em laboratório.

    Ao mesmo tempo, as duas potências entram em conflito em temas comerciais e tecnológicos, travando uma batalha internacional pelo controle do mercado de 5G. Mais recentemente, Washington ainda sancionou empresas chinesas e a própria economia do gigante asiático por violações de direitos humanos e pela aprovação de uma controversa lei de segurança em Hong Kong.

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