Toque de recolher na Holanda gera confrontos com a polícia e saques
Mais de 100 pessoas foram presas durante manifestações contra a ordem do governo para reduzir contágios por Covid-19
A imposição de um toque de recolher para controlar o aumento de casos de coronavírus na Holanda provocou protestos em várias cidades do país durante o final de semana. As manifestações se tornaram violentas e resultaram em confrontos com a polícia.
A polícia usou jatos d’água e cães para dispersar a multidão em Museumplein, uma praça no centro de Amsterdã, onde centenas de manifestantes estavam reunidos, de acordo com a televisão NOS. Em Eindhoven (sul), onde várias centenas de pessoas se concentraram, as forças da ordem usaram gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.
Mais de 100 pessoas foram presas. Segundo a imprensa local, vários veículos foram incendiados, e lojas na Estação Central de Eindhoven, saqueadas.
Um centro de testes de Covid-19 também foi incendiado em Urk, no norte do país. Segundo o ministro da Saúde, Hugo de Jonge, a ação “ultrapassa todos os limites”.
O toque de recolher foi imposto neste sábado, 23, como parte da luta contra a pandemia da Covid-19. Os cidadãos estão proibidos de sair de suas casas todos os dias entre 21h a 4h30, com exceção de trabalhadores essenciais e casos de emergência. A violação das ordens podem levar a uma multa de até 95 euros (630 reais).
Este é o primeiro toque de recolher imposto pelo governo holandês desde a II Guerra Mundial. O país já contabilizou 962.153 casos de Covid-19 e 13.600 mortes desde o início da pandemia.
A campanha de vacinação na Holanda começou em 6 de Janeiro, mas recebe críticas pela lentidão. Até o final da última semana, apenas 130.000 pessoas haviam sido imunizadas – no Brasil, esse número já passa de 500.000 em menos de uma semana de campanha.
(Com AFP)