Três jornalistas russos são mortos em ataque na República Centro-Africana
Repórteres investigavam atividades de grupo que realiza missões clandestinas de combate em nome do Kremlin
Três jornalistas russos foram mortos durante a madrugada na República Centro-Africana. Os assassinos, ainda não identificados, cercaram o veículo em que eles viajavam, em uma emboscada, afirmou o prefeito de Sibut, Henri Depele, nesta terça-feira (31).
Depele inicialmente disse que dois russos e um ucraniano haviam sido mortos. O Ministério de Relações Exteriores da Rússia, contudo, confirmou em um comunicado que os três homens eram russos. Eles foram identificados como Orhan Dzhemal, Alexander Rastorguyev e Kirill Radchenko. O motorista do carro em que viajavam sobreviveu ao ataque.
“De acordo com as explicações do motorista, quando eles estavam a 23 quilômetros de Sibut, homens armados saíram do mato e abriram fogo contra o veículo. Os três jornalistas morreram instantaneamente”, disse ele.
O porta-voz do presidente da República Centro-Africana, Albert Yaloke Mokpeme, disse que os corpos foram encontrados por militares perto de Sibut.
Uma fonte policial, que pediu anonimato, disse que as autoridades encontraram um distintivo de identificação da imprensa russa em um deles e passagens de avião de Moscou para Casablanca e de Casablanca para Bangui.
A Rússia entregou armas leves às forças de segurança da República Centro-Africana este ano e enviou centenas de instrutores militares e civis para treiná-las. O país tem sido devastado pela violência de milícias desde a rebelião de 2013, que derrubou o então presidente François Bozize.
Segundo a agência de notícias russa Investigation Control Centre (TsUR), os jornalistas estavam no país investigando as atividades de um grupo chamado Wagner, composto por empresas privadas que supostamente realizavam missões clandestinas de combate em nome do Kremlin no leste da Ucrânia e na Síria.
A imprensa russa afirma que a Wagner opera também na República Centro-Africana desde que Moscou passou a armar e treinar as forças de segurança locais.
(Com Reuters)