O governo da Ucrânia disse nesta segunda-feira, 19, que suas tropas atravessaram o rio Oskil e estão preparando um grande contra-ataque para recuperar os territórios ocupados da região de Donbas, onde estão as repúblicas separatistas de Donetsk e Luhansk, reconhecidas por Moscou.
A travessia do rio representa um marco importante na contra-ofensiva ucraniana, uma vez que ele flui por dentro da região que se tornou o principal foco da invasão da Rússia.
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“Nossas tropas avançaram pelo Oskil. A partir de ontem, a Ucrânia controla a margem leste”, escreveram os militares ucranianos no Telegram.
Ao mesmo tempo, o governador ucraniano de Luhansk, Serhiy Serhiy Haidai, disse que “a nossa região fica bem ao lado do rio, portanto a desocupação não está longe”.
Do lado russo, autoridades locais apoiadas pelo Kremlin disseram que um ataque do Exército ucraniano terminou com a morte de mais uma dúzia de pessoas nesta segunda e que várias áreas da linha de frente da Ucrânia foram atingidas, causando baixas militares e danos a equipamentos.
Tropas ucranianas recuperaram uma série de territórios na região de Kharkiv nas últimas semanas depois de invadir as linhas de frente russas em uma grande contra-ofensiva, obrigando os inimigos a fugir deixando para trás armas e munição. A retirada marcou a maior derrota da Rússia desde a tentativa fracassada de tomar Kiev, ainda no começo da guerra.
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O revés tem aumentado a pressão sobre o Kremlin, uma vez que críticos nacionalistas questionam o motivo pelo qual Moscou não conseguiu causar um grande apagão na Ucrânia no começo do conflito, depois de ter tomado o controle das principais usinas nucleares do país.
Desde que a Rússia perdeu as regiões ao redor de Kharkiv, diversos ataques foram relatados em usinas, infraestrutura de água, represas e outras instalações civis, naquilo que os especialistas dizem ser uma retaliação pela perda territorial. No entanto, o Kremlin continua negando as acusações e diz não mirar civis.
O rápido contra-ataque, inclusive, obrigou o governo russo a mudar a sua narrativa de guerra pela primeira vez desde o início do conflito. Antes afirmando que “a operação especial militar estava caminhando de acordo com o planejado”, a Rússia mudou o discurso e assumiu de maneira oficial que estava retirando suas tropas de algumas regiões para se reagrupar em outras.
O presidente russo, Vladimir Putin, prometeu continuar sua campanha na Ucrânia e alertou para uma resposta militar “mais séria” aos “atos de terrorismo” vistos no território vizinho.
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“As autoridades de Kiev anunciaram que lançaram e estão conduzindo uma operação contra-ofensiva ativa. Bem, vamos ver como isso termina”, menosprezando o avanço ucraniano em cúpula na última semana.