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Trudeau nomeia primeira mulher indígena para a Suprema Corte do Canadá

Escolhe acontece após décadas de críticas sobre falta de representação indígena na mais alta corte nacional

Por Matheus Deccache 19 ago 2022, 18h32

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, nomeou nesta sexta-feira, 19, uma mulher indígena para a Suprema Corte do país, em um movimento marcante após décadas de críticas sobre a falta de representação indígena na mais alta corte nacional. 

Selecionada para preencher a próxima vaga, Michelle O’Bonsawin, membro da tribo Abenaki, é juíza do Tribunal Superior de Justiça de Ottawa desde 2017 e também foi professora de Direito na universidade da cidade. 

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“Estou confiante de que a juíza O’Bonsawin trará conhecimento e contribuições inestimáveis ​​ao mais alto tribunal de nosso país”, disse Trudeau em comunicado, acrescentando que ela foi selecionada por meio de um processo “aberto e apartidário”.

O processo de escolha para um novo membro da Suprema Corte do Canadá é um processo relativamente simples. O comitê de Justiça do Parlamento se reunirá na próxima semana para ouvir o ministro da Justiça e o chefe do conselho consultivo independente e, depois O’Bonsawin responderá algumas perguntas feitas como comitê e pelo Senado.

Em seu formulário de inscrição, a juíza descreveu como sua identidade indígena moldou sua vida e carreira, principalmente pelo fato de ter sido discriminada e ridicularizada como uma jovem indígena crescendo fora de sua reserva. 

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“Acredito que minha experiência como mulher francófona das Primeiras Nações, mãe, advogada, estudiosa e juíza me fornece a compreensão vivida e a percepção da diversidade do Canadá, porque eu e minha experiência de vida fazemos parte dessa diversidade”, disse ela. 

Também nesta sexta, o ministro da Justiça, David Lametti, chamou a nomeação de um “momento histórico” para o tribunal superior. A comunidade indígena clama por décadas por uma justiça que representasse uma forma diferente de entender a legislatura do país. 

“Os povos indígenas há muito enfrentam discriminação, racismo e preconceito no sistema de justiça do Canadá, levando à super-representação de nosso povo em tribunais e prisões. Os governos devem continuar a garantir que as vozes indígenas ajudem a criar leis, interpretá-las e aplicá-las”, afirmou o chefe nacional do Congresso dos Povos Aborígenes, Elmer St Pierre, em comunicado. 

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A ida de Michelle O’Bonsawin à Suprema Corte é a segunda nomeação marcante para o tribunal. No ano passado, Trudeau selecionou para o cargo Mahmud Jamal, tornando-o a primeira pessoa de cor a servir como juiz da mais alta corte canadense.

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