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Trump anula prazo limite para acordo de paz entre Ucrânia e Rússia

Presidente dos EUA trabalhava com o feriado de Ação de Graças, nesta quinta 27, como prazo máximo para aceite

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 nov 2025, 10h55

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na noite de terça-feira 25 que descartou a imposição de um prazo para que a Ucrânia aceite um plano de paz apresentado pelo seu governo. A versão original roteiro para encerrar a guerra no Leste Europeu, elaborado nos bastidores entre seletas autoridades americanas e russas, foi considerada amplamente desfavorável a Kiev, que desde o último domingo negocia mudanças com Washington.

Também na terça, a imprensa americana noticiou que uma delegação ucraniana em Abu Dhabi para tratativas com o secretário do Exército dos Estados Unidos, Dan Driscoll, havia aceitado “a base” para um acordo, mas ainda há impasses em pontos-chave.

Trump trabalhava com a data desta quinta-feira, 27, dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, como prazo limite para o aceite. Mas, em uma reviravolta, ele declarou: “O meu prazo é quando tudo acabar”, afirmou o presidente.

O republicano disse ainda que negociadores americanos estão avançando nas discussões com a Rússia e a Ucrânia, e que Moscou havia concordado com algumas concessões. Seu enviado especial, Steve Witkoff, deve se reunir com o presidente russo, Vladimir Putin, em Moscou, segundo Trump. Seu genro Jared Kushner também estaria envolvido nas tratativas.

Após Driscoll reunir-se com as delegações ucraniana e russa em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, ao longo de segunda e terça-feira, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, afirmou estar preparado para discutir os pontos sensíveis da proposta com Trump durante um discurso para a chamada Coalizão dos Dispostos, que reúne seus principais aliados europeus. O líder pediu ainda que a coalizão elabore um plano para enviar uma “força de apoio” à Ucrânia e mantenha a pressão sobre Moscou.

Proposta dos EUA

A proposta para encerrar a guerra da Ucrânia começou a ser alterada em negociações no domingo 23 depois de Kiev rejeitar o texto como está pelo teor pró-Rússia dos termos. Na segunda-feira 24, Trump falou em um “grande progresso” nas tratativas e disse que “algo bom pode estar acontecendo”, mas vários impasses, em especial em torno da concessão de territórios ucranianos ao agressor, continuam.

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“Será mesmo possível que um grande progresso esteja sendo feito nas negociações de paz entre a Rússia e a Ucrânia??? Não acreditem até verem, mas algo bom pode estar acontecendo. DEUS ABENÇOE A AMÉRICA!”, escreveu Trump em uma publicação nas redes sociais.

No domingo, Washington e Kiev publicaram uma declaração conjunta após o início de tratativas em Genebra, afirmando que qualquer acordo futuro “deve respeitar integralmente a soberania da Ucrânia e garantir uma paz justa e sustentável”. As partes informaram que elaborou um plano de paz “atualizado e aprimorado”.

Em discurso por vídeo ao Parlamento sueco na segunda0-feira, Zelensky afirmou, porém, que ceder território de seu país à Rússia segue como o “principal problema” após as negociações.

“(Vladimir) Putin quer reconhecimento legal para o que roubou. Isso violaria o princípio da integridade territorial e da soberania”, disse ele aos parlamentares, insistindo que “fronteiras não podem ser alteradas pela força”.

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Moscou, por sua vez, evitou se posicionar sobre as mudanças.

O que está na versão original do plano?

Inspirado no plano de 21 pontos para a paz em Gaza, este tem 28, que no seu conjunto preveem o cumprimento de uma série de exigência maximalistas de Moscou, em espécie de rendição de Kiev, segundo apuração do portal Axios e das agências de notícias AFP e The Associated Press.

De acordo com documentos preliminares, a Ucrânia cederia a região de Donbass à Rússia, uma exigência antiga de Moscou. “Crimeia, Luhansk e Donetsk serão reconhecidas como território russo de fato, inclusive pelos Estados Unidos”, diz o texto. Kiev ainda controla parcialmente as regiões de Luhansk e Donetsk, que juntas formam o cinturão industrial de Donbass, na linha de frente da guerra. A Crimeia foi anexada pela Rússia em 2014.

Segundo a proposta, as áreas de onde a Ucrânia recuaria em Donetsk seriam consideradas uma zona desmilitarizada, na qual as forças russas não entrariam. Enquanto isso, as regiões de Kherson e Zaporizhzhia, no sul – que a Rússia alega ter anexado –, teriam as linhas de frente “congeladas”, efetivamente dando aos russos o controle das terras que já ocupa. Nelas está a usina nuclear de Zaporizhzhia, que, controlada por Moscou desde 2022, passaria para a supervisão da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), órgão de fiscalização nuclear das Nações Unidas. A eletricidade produzida lá seria compartilhada entre a Rússia e a Ucrânia.

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Na área de segurança, plano exige que a Ucrânia reduza seu exército quase pela metade, para 600 mil soldados. A Otan concordaria em não enviar soldados à Ucrânia – frustrando as esperanças de Kiev de ter uma força europeia de manutenção de paz – e o país seria impedido de ingressar na aliança militar ocidental. O ponto também está de acordo com condições da Rússia, e contraria as exigências anteriores dos ucranianos.

A Ucrânia receberia “garantias de segurança confiáveis”, mas sem especificar quais. O plano concede que aviões europeus seriam estacionados na vizinha Polônia.

Na área de diplomacia, Moscou seria “reintegrada à economia global” após quase quatro anos de duras sanções, inclusive com sua readmissão no G8 (hoje G7, grupo das sete maiores economias do mundo). “Espera-se que a Rússia não invada os países vizinhos e que a OTAN não se expanda ainda mais”, afirma o documento. Caso houvesse uma nova invasão à Ucrânia, todas as sanções seriam restabelecidas novamente – “além de uma resposta militar decisiva e coordenada”.

Ademais, US$ 100 bilhões em ativos russos retidos em bancos europeus seriam destinados à reconstrução da Ucrânia, enquanto os fundos congelados restantes seriam direcionados a um fundo de investimento russo-americano separado, “com o objetivo de fortalecer as relações e aumentar os interesses comuns para criar um forte incentivo para não retornar ao conflito”.

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O plano afirma ainda que a Ucrânia realizaria eleições em até 100 dias, e que tanto Kiev quanto Moscou implementariam “programas educacionais em escolas e na sociedade com o objetivo de promover a compreensão e a tolerância a diferentes culturas e eliminar o racismo e o preconceito”.

Ainda não está claro o que foi alterado ao longo da semana. Segundo a emissora americana ABC News, o plano de paz de 28 pontos apresentado pelos EUA teria sido revisado para 19 pontos, que não inclui mais a questão da anistia para atos cometidos durante a guerra, assim como limites para o tamanho das Forças Armadas ucranianas no futuro.

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