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Trump anuncia pronunciamento sobre muro EUA-México e visita fronteira

Presidente dos EUA falará ao país sobre o que chamou de 'crise da Segurança Nacional e Humanitária na Fronteira Sul'

Por AFP
7 jan 2019, 22h45
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  • O presidente americano, Donald Trump, aumentou nesta segunda-feira 7 a pressão em sua luta pela construção de um muro que considera fundamental para impedir a imigração ilegal, ao anunciar um discurso “à Nação” e uma visita à fronteira com o México.

    Trump, que trava uma queda de braço com os democratas no Congresso pelo financiamento do projeto do muro de mais de 5 bilhões de dólares, escreveu em sua conta no Twitter que falará ao país nesta terça-feira 8 sobre o que chamou de “crise da Segurança Nacional e Humanitária na nossa Fronteira Sul”.

    Horas antes, a porta-voz executiva da Casa Branca, Sarah Sanders, anunciou uma visita de Trump na quinta-feira à fronteira com o México “para se reunir com quem está na linha de frente da crise humanitária e de segurança nacional”. O destino exato não foi informado.

    A mensagem de Trump coincide com o 17º dia do polêmico “shutdown”, a paralisação parcial do governo federal.

    Envolvido em um confronto com os democratas no Congresso que provocou esta paralisação parcial de diferentes órgãos do governo federal, Trump insiste em que não abrirá mão de algo que considera vital: a liberação da cifra bilionária para construir o tão questionado muro fronteiriço que tinha prometido em sua campanha presidencial para combater a imigração ilegal.

    “Temos que construir o muro, é a segurança do nosso país (…). Não temos outra opção”, disse Trump no domingo, acrescentando estar disposto a que seja feito de aço ao invés de concreto se isto permitir destravar as negociações.

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    Paralisia do governo

    Cerca de 800 mil funcionários federais foram afetados pela paralisação parcial de entidades da administração do governo.

    Os democratas, que recuperaram o controle da Câmara de Representantes depois das eleições de meio de mandato, reiteram que se opõem a financiar este muro, que consideram imoral, caro e ineficiente.

    Trump chegou a ameaçar evitar o Congresso, invocando poderes de emergência para ordenar a construção do muro.

    Teoricamente, estes poderes lhe permitiriam buscar recursos alternativos para erguer a barreira e possivelmente reabrir alguns setores do governo.

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    No entanto, é quase certo que os opositores o acusariam de abuso de poder presidencialista e responderiam com ações nos tribunais.

    Trump fez da construção do muro o tema central de suas políticas de tom nacionalista.

    Desde a campanha eleitoral, afirma que a fronteira com o México é uma porta aberta para os criminosos, inclusive narcotraficantes, estupradores, terroristas, pessoas com doenças perigosas e falsos solicitantes de asilo.

    De fato, a fronteira tem sido por anos passagem de importantes contingentes de imigrantes ilegais e de um próspero tráfico de drogas. No entanto, ‘fact checkers’ têm desacreditado as denúncias e queixas mais assustadoras, incluindo as ameaças terroristas.

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    Os democratas acusam Trump de inflar a “crise” e consideram que o muro é uma manobra política que não vale o dinheiro que exigiria dos contribuintes.

    Como represália, o presidente americano se nega a assinar um pacote de gastos mais amplo, o que deixa alguns setores do governo federal sem recursos e centenas de milhares de funcionários que sofrem com o atraso de seu pagamento.

    Quem vai ceder?

    Trump frequentemente se vangloria de suas duras habilidades de negociador do setor imobiliário e parece gostar desta situação, insistindo em que deixará o governo sem recursos pelo tempo que for necessário, “inclusive anos”, para pressionar os democratas.

    Invocar poderes de emergência seria uma alternativa, mas aumentaria a tensão política, dado o desacordo sobre o alcance dos direitos presidenciais.

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    Um fator que agita o debate sobre a imigração é a iminente corrida entre os possíveis candidatos democratas pela indicação do partido a enfrentar Trump nas presidenciais de 2020.

    A oposição está cada vez mais encorajada e sem disposição de conceder a Trump alguma vitória neste tema tão controverso.

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