O presidente Donald Trump aprovou nesta terça-feira os projetos de dois controversos oleodutos, cuja construção havia sido bloqueada pelo governo de Barack Obama em função de forte pressão de grupos ambientalistas.
Com a assinatura de dois decretos, o presidente voltou a trazer à tona o extenso oleoduto Keystone XL, que transportará petróleo do Canadá até as refinarias nos Estados Unidos, e outro que atravessará um território indígena em Dakota do Norte.
De acordo com Trump, o projeto representa “28.000 postos de trabalho no setor da construção”.
Em um pronunciamento no Salão Oval da Casa Branca, Trump garantiu que a construção destes projetos, paralisados pelo governo de Barack Obama, estará sujeita a “termos e condições” que sua administração vai “negociar” com as empresas responsáveis por construí-los.
Polêmica
Ambos os projetos enfrentaram muita resistência de grupos ambientalistas devido ao poder contaminante do petróleo procedente das areias betuminosas, cuja produção emite 17% mais gases do efeito estufa que a extração convencional de petróleo.
O governo do Canadá apoiava a ideia discretamente, embora o próprio primeiro-ministro, Justin Trudeau, tenha decidido se desvincular do projeto.
O oleoduto de Dakota do Norte, um projeto de 3,8 bilhões de dólares, se tornou o centro de uma forte polêmica interna nos Estados Unidos. Grupos indígenas e associações de apoio organizaram uma resistência obstinada ao projeto, com uma intensa mobilização que incluiu celebridades do cinema.
Milhares de pessoas chegaram a acampar no gelado território aberto de Dakota do Norte, em pleno inverno, para bloquear o projeto.
A tribo Sioux teme que a construção do oleoduto em seu território provoque a poluição das águas do rio Missouri e a destruição de áreas que consideram sagradas.
A polícia de Dakota do Norte desalojou os manifestantes, e foram registrados violentos confrontos, que geraram uma onda de indignação em nível nacional.
Cerca de 2.000 veteranos americanos se juntaram aos grupos de resistência nas manifestações, até que o governo de Obama decidiu sepultar a ideia.
Tubulação americana
Trump assinou ainda outro decreto executivo que estabelece que a tubulação necessária para construir estes oleodutos “deve ser fabricada nos Estados Unidos”, alegando que muitas delas são produzidas em outros países.
“Vamos construir nossas próprias tubulações, como costumávamos fazer em outros tempos”, sentenciou.
(Com AFP e EFE)