Trump ataca ex-embaixadora na Ucrânia durante testemunho no Congresso
Marie Yovanovitch foi retirada do cargo depois de se tornar alvo de ataques do advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, atacou pelas redes sociais uma ex-embaixadora dos Estados Unidos na Ucrânia. Os posts foram feitos durante o testemunho da diplomata em uma das audiências do processo de impeachment do republicano na Câmara dos Deputados nesta sexta-feira, 15.
Durante a audiência, Marie Yovanovitch, diplomata de carreira que o governo Trump demitiu do cargo em Kiev no início do ano, defendeu seu histórico anti-corrupção na Ucrânia e disse que sua remoção deixou as diretrizes para o país em estado de caos.
Enquanto ela prestava depoimento, Trump tuitou uma série de ataques contra Yovanovitch: “Todos os lugares para onde Marie Yovanovitch foi ficaram ruins. Ela começou na Somália, no que isso deu?”
Questionada pelo presidente democrata do Comitê de Inteligência da Câmara, Adam Schiff, sobre os ataques na rede social, Yovanovitch disse que foi “muito intimidante”. O próprio parlamentar garantiu que os tuítes de Trump eram uma forma de coação em tempo real a um testemunho.
A diplomata foi retirada do cargo de embaixadora em Kiev depois de se tornar alvo de ataques do advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, em um momento em que ele trabalhava para persuadir a Ucrânia a realizar duas investigações que beneficiariam o presidente republicano politicamente.
A diplomata garantiu que os serviços diplomáticos americanos estão passando por um processo de degradação nos últimos anos. Ela afirmou ainda que ficou “devastada” quando soube da conversa de Trump com o presidente da Ucrânia, Vladimir Zelensky, em 25 de julho.
Antes de Yovanovitch, também prestaram depoimento Bill Taylor, embaixador interino dos Estados Unidos na Ucrânia, e George Kent, um subsecretário de Estado adjunto responsável pela política americana para o país do leste europeu.
A sessão do Comitê de Inteligência da Câmara é parte do inquérito de impeachment liderado pelos democratas, que ameaça o mandato de Trump enquanto ele pleiteia a reeleição em novembro de 2020.
(Com Reuters e EFE)