Trump autoriza gasto de US$ 8,3 bi para combate ao coronavírus nos EUA
Pacote de emergência movimenta mais que o triplo do recurso planejado originalmente pelo governo
Um pacote de emergência do Congresso dos Estados Unidos que prevê gastos de 8,3 bilhões de dólares para conter o avanço do novo coronavírus (SARS-CoV-2) foi sancionado pelo presidente americano, Donald Trump, nesta sexta-feira, 6. O governo planejava anteriormente movimentar apenas 2,5 bilhões de dólares (11 bilhões de reais) no combate à epidemia, mas foi duramente criticado pela bancada democrata no Congresso e mudou sua posição.
Pelo menos 250 pessoas estão contaminadas e 14 morreram no país, segundo o Centro para o Controle e Prevenção de Doença (CDC). Além do auxílio de 2 bilhões de dólares (9 bilhões de reais) ao órgão federal, o pacote inclui o investimento de 3 bilhões de dólares (14 bilhões de reais) na pesquisa para a produção de uma vacina. Os estados receberão fundos não-reembolsáveis para prevenir e combater a epidemia.
Embora 22 estados, de um total de 50, tenham casos confirmados, a epidemia se concentra na costa oeste — os estados de Washington e da Califórnia registraram pelo menos 75 e 66 casos, respectivamente.
Dentre as 14 mortes pelo novo coronavírus em solo americano contabilizadas pelo CDC, 13 ocorreram em um mesmo hospital em Seattle, a maior cidade de Washington.
O governo da Califórnia decretou estado de emergência na quinta-feira 5 e, no mesmo dia, pôs em quarentena um navio cruzeiro, com mais de 3.500 pessoas a bordo e em direção ao Havaí, após um ex-passageiro ter morrido de Covid-19, a doença provocada pelo coronavírus. Do outro lado do país, no estado de Nova York, foram registrados 33 pacientes com a doença, e o governo estadual isolou cerca de 4.000 pessoas sob suspeita.
(Quase) unanime
Dentre os mais de 530 congressistas americanos, apenas três — dois deputados e um senador, todos republicanos — se opuseram ao pacote de emergência.
“Em questão de número de casos, são pouquíssimos”, disse Trump nesta sexta. A doença “vai passar”, ressaltou o presidente, ecoando seu comentário recente de que o coronavírus será afetado pelo “calor” da primavera no hemisfério norte, a partir de abril.