Trump compartilha vídeo polêmico em que Benjamin Netanyahu é xingado
Motivo exato para publicação de vídeo ainda não foi esclarecido, mas acontece em um contexto delicado de negociação de possível cessar-fogo

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, compartilhou um vídeo polêmico em sua rede social Truth Social nesta quinta-feira, 9, no qual o economista Jeffrey Sachs faz duras críticas a Benjamin Netanyahu, chamando o primeiro-ministro israelense de “filho da p*** sombrio”. A postagem surge semanas depois de Netanyahu afirmar que teve uma conversa “amigável e calorosa” com Trump, na qual discutiram temas como a libertação de reféns em Gaza e a situação política no Oriente Médio.
No vídeo, Sachs acusa Netanyahu de promover “guerras intermináveis” no Oriente Médio e manipular a política externa dos EUA em benefício próprio. O economista afirma que Netanyahu, desde 1995, tem seguido uma estratégia sistemática para eliminar grupos como o palestino Hamas e o libanês Hezbollah, utilizando apoio de Washington para seus próprios objetivos geopolíticos.
O motivo exato para Trump ter republicado esse vídeo ainda não foi esclarecido, mas a postagem acontece em um contexto delicado. Representantes de Egito, Catar e Estados Unidos tentam mediar uma trégua em Gaza, onde cerca de 100 reféns israelenses ainda permanecem em cativeiro após 15 meses de conflito, com dois terços possivelmente vivos.
Enquanto isso, Trump avança na montagem de sua futura administração, composta de figuras que defendem uma postura mais dura em relação à política de Israel. Entre os nomes cogitados para cargos-chave estão Marco Rubio, possível secretário de Estado, que se opõe a qualquer cessar-fogo em Gaza, e Elise Stefanik, indicada para o posto de embaixadora americana na ONU, que criticou a organização por suas críticas a Israel.
O escolhido de Trump para comandar a embaixada americana em Israel, Mike Huckabee, já afirmou, em diversas ocasiões, que a terminologia diplomática sobre a “Cisjordânia” é equivocada e que “não existe palestino”.
Embora a relação entre Trump e Netanyahu tenha sido marcada por vitórias diplomáticas, como o reconhecimento da soberania de Israel sobre as Colinas de Golã e o apoio aos Acordos de Abraão, o vínculo se deteriorou após a derrota de Trump nas eleições de 2020. Trump criticou Netanyahu publicamente por parabenizar Joe Biden pela vitória, dizendo que não falava com o primeiro-ministro desde então.
O retorno de Trump ao cargo pode, no entanto, ser vantajoso para as políticas expansionistas de Netanyahu, especialmente no que diz respeito aos assentamentos na Cisjordânia e à anexação de territórios palestinos.