Trump confirma tarifas recíprocas para 2 de abril, sem exceções para aço e alumínio
Presidente dos EUA sugeriu a possibilidade de taxas adicionais nos impostos sobre de automóveis e metais importados

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta segunda-feira, 17, que as tarifas recíprocas e setoriais passarão a valer a partir de 2 de abril, e que não há planos de criar isenções nas taxas sobre aço e alumínio. O Brasil deve ser um dos principais afetados.
Segundo dados do governo americano, no ano passado, o Canadá foi seu maior fornecedor de aço, em volume, com 20,9% do total, seguido por Brasil (16%) e México (11,1%). Cerca de metade das exportações de aço do Brasil vai para os Estados Unidos, o que coloca em risco uma fatia importante da produção siderúrgica brasileira.
Sem exceções
No mês passado, Trump aumentou as tarifas sobre importações de aço e alumínio para 25%, sem isenções ou exceções, em uma medida que foi projetada para ajudar a indústria nacional ao passo que põe gasolina no fogo de uma crescente guerra comercial.
Falando com repórteres no Air Force One, que viajava da Flórida para a capital, Washington D.C., o presidente declarou que as taxas recíprocas sobre parceiros comerciais dos Estados Unidos viriam junto com as taxas sobre automóveis.
“Em certos casos, ambas”, disse ele quando perguntado se iria impor tarifas setoriais e recíprocas em 2 de abril. “Eles nos cobram, e nós os cobramos. Então, além disso, sobre automóveis, aço, alumínio, teremos alguns adicionais”, completou.
Guerra comercial
Trump havia afirmado anteriormente que imporia tarifas recíprocas a “amigos e inimigos” no início de abril. As taxas sobre importações no país são uma das principais promessas de sua campanha eleitoral, com intuito de “proteger” a indústria americana. No entanto, os tarifaços têm gerado temores de que o país possa viver um período de inflação maior e até uma recessão econômica, além de contribuir para uma guerra comercial.
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada calcula em US$ 1,5 bilhão a perda em exportações do setor siderúrgico brasileiro, além de queda na produção de quase 700 mil toneladas neste ano. Pelo estudo do Ipea, o tarifaço pode gerar queda de 2,19% da produção, contração de 11,27% das exportações do metal e redução de 1,09% nas importações.