Trump considera banir pessoas trans do exército americano, diz jornal
Durante o primeiro mandato, o republicano reverteu uma medida da era Obama que permitia que militares fizessem a transição de gênero dentro do Exército

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, está considerando demitir todas as pessoas trans do exército americano, relatou o jornal britânico The Times nesta segunda-feira, 25, citando fontes de defesa.
De acordo com o Times, Trump planeja emitir em seu segundo mandato uma ordem executiva que levaria à dispensa médica de cerca de 15 mil militares transgênero, bem como à proibição de futuros alistamentos de pessoas trans.
Contestação
A equipe de Trump, por sua vez, negou nesta terça-feira, 26, que o presidente eleito tenha planos concretos para banir pessoas trans do exército.
“Essas fontes não identificadas estão especulando e não têm ideia do que estão realmente falando. Nenhuma decisão sobre esse assunto foi tomada. Nenhuma política deve ser considerada oficial, a menos que venha diretamente do presidente Trump ou de seus porta-vozes autorizados”, disse a secretária de imprensa de Trump, Karoline Leavitt.
Já a deputada republicana Marjorie Taylor Greene, uma importante apoiadora de Trump, respondeu às especulações sobre a ordem executiva de forma positiva, alegando que “isso melhorará o recrutamento e economizará dinheiro”.
Vai e vem de proibições
Pessoas trans ganharam o direito de servir nas forças armadas dos Estados Unidos pela primeira vez durante o governo do ex-presidente Barack Obama, que criou um programa inédito para permitir que militares fizessem procedimentos de readequação de gênero dentro do próprio exército.
Durante seu primeiro mandato, Trump reverteu a medida de Obama. O republicano justificou a decisão dizendo que as Forças Armadas “não podem ser prejudicadas com os enormes custos médicos e com a perturbação que implicariam os transgêneros.”
O atual presidente americano, Joe Biden, por sua vez, derrubou a proibição de Trump em 2021, assinando um decreto que enfatizava que “todos os americanos qualificados para servir nas forças armadas dos Estados Unidos devem poder fazê-lo”.
Caso Trump restabeleça a proibição, isso marcará mais um vai e vem sobre a questão de militares transgênero entre governos sucessivos. Durante sua campanha, ele prometeu proibir o Departamento de Assuntos de Veteranos de desperdiçar “um único centavo para financiar cirurgias transgênero ou procedimentos de mudança de sexo”.