Washington, 29 dez (EFE).- O presidente americano, Donald Trump, culpou neste sábado, 29, os membros do Partido Democrata pelas mortes de duas crianças imigrantes ilegais ocorridas nas últimas semanas enquanto estavam sob custódia da Patrulha Fronteiriça dos Estados Unidos (CBP, na sigla em inglês).
“Qualquer morte de crianças ou outras pessoas na fronteira é estritamente culpa dos democratas e de suas patéticas políticas de imigração que permitem às pessoas fazer uma longa viagem pensando que podem ingressar ilegalmente no nosso país”, escreveu Trump na sua conta do Twitter.
“Se tivéssemos um muro, nem sequer tentariam fazer isso!”, acrescentou o presidente americano.
Trump fez estas declarações depois que na noite de 24 de dezembro um menino guatemalteco de oito anos morreu em um hospital do estado do Novo México após ter ficado sob custódia da polícia fronteiriça durante mais de uma semana.
Esta foi a segunda criança que morre este mês sob a custódia das autoridades americanas, já que em 8 de dezembro a guatemalteca Jakelin Caal Maquín, de sete anos, morreu em um hospital de El Paso, no Texas, após ter cruzado ilegalmente a fronteira com o México junto com seu pai.
Neste sentido, Trump argumentou que as duas crianças “estavam muito doentes” antes de estar sob os cuidados da CBP e criticou o pai da menina por não ter lhe dado água “durante dias”.
“A Patrulha Fronteiriça precisa do muro e tudo isto terminará. Estão trabalhando muito duro e recebem muito pouco crédito!”, exclamou o presidente em seu tweet.
Há três dias, a secretária de Segurança Nacional dos EUA, Kirstjen Nielsen, atribuiu a morte de uma criança ao aumento das detenções na fronteira e ao fato de que cada vez mais imigrantes chegam doentes ao país.
Segundo Nielsen, nos últimos dois meses a Patrulha Fronteiriça deteve 139.817 imigrantes ilegais na fronteira com o México, 86% a mais que os 74.946 detidos no mesmo período do ano passado.
A secretária de Segurança Nacional dos EUA responsabilizou traficantes, contrabandistas e os próprios pais das crianças de “pôr em risco (suas vidas) ao embarcar na perigosa e difícil viagem para o norte”, e disse que é patente que os imigrantes ilegais, “especialmente as crianças, apresentam cada vez mais problemas médicos e abrigam doenças” causadas pela dureza de tal périplo.