Trump dá giro de 180 graus e agora pede que republicanos divulguem ‘arquivos de Epstein’
Presidente dos EUA diz não ter 'nada a esconder' e apoia fim do sigilo de documentos relacionados ao financista condenado por rede de exploração sexual
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, instruiu os deputados republicanos no Congresso a votarem pela divulgação de arquivos relacionados a Jeffrey Epstein, o falecido financista condenado por esquema de exploração sexual. Foi uma reviravolta repentina para quem passou meses evitando o assunto como quem espera que apenas desapareça, em meio a evidências cada vez mais expressivas da amizade entre Trump e Epstein.
A diretiva do presidente americano ao seu partido, feita nas redes sociais na noite de domingo 16, veio depois do presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson, indicar que a divulgação de documentos do Departamento de Justiça sobre o caso Epstein ajudaria a pôr fim às alegações de que “ele (Trump) tem algo a ver com isso”.
No final da noite de domingo, Trump pareceu concordar e mandou um recado na sua plataforma, a Truth Social.
“Os republicanos da Câmara devem votar pela divulgação dos arquivos de Epstein porque não temos nada a esconder. E é tempo de ultrapassarmos esta farsa democrata perpetrada por lunáticos da esquerda radical para desviar a atenção do grande sucesso do Partido Republicano”, declarou.
A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos deve votar nesta semana, possivelmente já na terça-feira, 18, a legislação que autoriza a divulgação de mais arquivos do caso Epstein. Os republicanos são maioria na casa legislativa, com 219 assentos. Os democratas têm 214.
“O Comitê de Supervisão da Câmara pode ter tudo o que lhe é legalmente permitido, NÃO ME IMPORTA! Tudo o que me importa é que os republicanos VOLTEM A CONCENTRAR-SE NO FOCO, que é a economia, a ‘acessibilidade’”, acrescentou Trump no post.
O deputado democrata Ro Khanna, um dos patrocinadores originais de uma petição que pedia a divulgação dos arquivos, disse no domingo esperar que mais de 40 republicanos votem a favor da medida.
Racha no Partido Republicano
A Casa Branca tem lutado para conter a suspeita, que vem de dentro da base geralmente leal de Trump conhecida como movimento MAGA (“Make America Great Again”), de que o governo está escondendo detalhes dos crimes de Epstein para proteger a elite rica com quem o financeiro se associava, incluindo o próprio presidente americano.
Ao invés disso, o governo americano desdenha do imbróglio envolvendo os documentos como uma campanha difamatória promovida pelo Partido Democrata, e na semana passada Trump instruiu o Departamento de Justiça a investigar as ligações de democratas proeminentes ao financista condenado.
Apesar das contínuas divulgações de arquivos por parte dos republicanos este ano, incluindo um conjunto de mais de 20 mil páginas publicadas na semana passada, a pressão para que mais informações do espólio de Epstein, bem como documentos da investigação do FBI, sejam divulgadas, aumentou.
Embora Trump e Epstein tenham sido fotografados juntos há décadas, o presidente afirmou que os dois se desentenderam antes do financista ser condenado. E-mails divulgados na semana passada por uma comissão da Câmara mostraram que Epstein, que se suicidou na prisão em 2019, disse que o líder republicano “sabia das garotas”, sugerindo que tinha conhecimento da rede de exploração sexual.
Críticos já haviam acusado o presidente americano de tentar bloquear a liberação dos documentos para ocultar detalhes de sua relação com o criminoso sexual – algo que ele nega. O tema causou um racha no tradicionalmente leal Partido Republicano.
Trump retirou na última sexta-feira o seu apoio à deputada Marjorie Taylor Greene, da Geórgia, uma de suas mais fiéis apoiadoras no Congresso, em resposta a críticas dela aos republicanos em certas questões, incluindo as decisões envolvendo os arquivos de Epstein. A republicana deu uma entrevista ao portal de notícias Politico, afirmando que é necessário divulgar os documentos para “deixar o povo americano analisar cada detalhe e apoiar as vítimas”.
“Isso é simplesmente a coisa mais óbvia e fácil do mundo. Gastar qualquer esforço tentando impedir isso simplesmente não faz sentido para mim”, resumiu.
Depois disso, o presidente dos Estados Unidos chamou Greene de “maluca” e “traidora”.
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