Trump dá ultimato, ameaça cortar financiamento e sair da OMS
Presidente americano deu 30 dias para que organização se comprometa com 'melhoras significativas'; republicano acusa entidade de ser favorável à China

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta à Organização Mundial da Saúde (OMS) onde ameaça suspender permanentemente o financiamento americano à organização. O republicano deu um prazo de 30 dias para que o órgão se comprometa com “melhoras significativas”, sob risco de perder o patrocínio e a filiação de seu país à instituição.
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Em sua página no Twitter, Trump compartilhou a carta endereçada ao diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus. Na mensagem, diz que “se a Organização Mundial da Saúde não se comprometer com melhorias substanciais nos próximos 30 dias, irei transformar o congelamento temporário do financiamento dos Estados Unidos para a Organização Mundial da Saúde em permanente”
O republicano afirma ainda que, se suas exigências não forem cumpridas, irá “reconsiderar nossa participação na organização”.
https://twitter.com/realDonaldTrump/status/1262577580718395393
Os Estados Unidos são os maiores financiadores da OMS, com contribuições anuais de entre 400 e 500 milhões de dólares. Porém, em abril, Washington suspendeu temporariamente o financiamento para a OMS, acusando a entidade de não ter organizado uma resposta à altura da pandemia de coronavírus. Trump ainda acusa a organização de ser ‘China-centric’, ou seja, centrada nos interesses do governo da China.
O presidente afirmou na carta à organização que a OMS possui uma “alarmante falta de independência” da China. Ainda acusou o órgão de ter ignorado “relatórios confiáveis” de que o vírus se espalhou na cidade de Wuhan, epicentro do surto, no início de dezembro ou mesmo antes.
Trump encerra a mensagem dizendo que não pode permitir que “os dólares dos contribuintes americanos” financiem uma organização que “claramente não atende aos interesses dos Estados Unidos”.
O coronavírus surgiu na China, mas se espalhou em menos de três meses por todo o globo. Os Estados Unidos têm hoje o pior cenário, com 1,5 milhão de casos e mais de 90.000 mortes.