Trump defende pena de morte para atirador e armas dentro de templos
FBI investiga caso como `crime de ódio`; suspeito publicou mensagens antissemistas no Twitter antes do massacre
Diante do atentado a uma sinagoga em Pittsburgh neste sábado (27), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu a pena de morte aos autores de massacres no país e criticou o fato de que as pessoas não tivessem armas para se defender do atirador. Ao comentar massacres anteriores em escolas, Trump sugerira que os professores fossem treinados e armados para enfrentar potenciais ataques.
O ataque na sinagoga Árvore da Vida provocou a morte de 11 pessoas e ferimentos em outras seis, entre as quais quatro policiais. O autor é um morador de Pittsburgh, Robert Bowers, de 46 anos, que tem histórico de expressões de antissemitismo e foi ferido durante confronto com a polícia. O caso está sob investigacão do FBI como “crime de ódio”.
“Se eles tivesse proteção dentro (sinagoga), os resultados teriam sido muito melhores. Este é um ataque que sempre existirá, eu suspeito, mas se eles tivesse algum tipo de protecão dentro da sinagoga, talvez a situação tivesse sido muito diferente. Eles poderiam fazer algo que não puderam”, afirmou, antes de embarcar para um comício do Partido Republicano em Indianápolis. “Algumas pessoas podem discordar, mas nós devemos endurecer as leis para a pena de morte. É muito triste ver isso acontecer de novo, e se repetir, é terrível, é uma pena.”
Trump repetiu várias vezes que o ataque foi “terrível”. Sua mensagem, porém, respalda os argumentos dos setores mais conservadores da sociedade americana, como os da Associação Nacional do Rifle (NRA), a apenas dez dias das eleições legislativas nos Estados Unidos. Trump pretende evitar a perda da maioria das cadeiras da Câmara dos Deputados e do Senado, hoje em mãos de seu partido, o Republicano.
A pena de morte é adotada em 30 dos 50 estados americanos e o Distrito de Columbia (Washington). Na Pensilvânia, ainda está prevista pelo Código Penal, mas não tem sido aplicada nos últimos 20 anos.
Uma hora antes de ingressar na sinagoga, Bowers publicou mensagens antissemistas no Twitter, segundo a rede de televisão CBSN. Em uma delas, acusava uma instituição jde promover a invasão dos Estados Unidos por refugiados judeaus. Em outro, chamou os judeus de “filhos de Satã”.
Emocionado, o diretor de Seguranca Pública de Pittsburgh, Wendell Hissrich, afirmou que este foi a cena do crime é “horrível”. “É a pior que eu já vi.”
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, reiterou a declaração de Trump de que os responsáveis por crimes como este devem sofrer a punição correspondente – em referência à pena de morte. Pence qualificou o crime como um “ato de crueldade”.