Trump demite marido de Kamala Harris do conselho do Museu do Holocausto
Doug Emhoff, que é judeu, foi indicado para o cargo pelo governo Biden em janeiro; nomeações costumam ter mandatos de cinco anos

O governo do presidente americano, Donald Trump, demitiu Doug Emhoff, marido de Kamala Harris, e outros nomes indicados pela administração do seu antecessor, Joe Biden, do conselho que supervisiona o Museu Memorial do Holocausto, nos Estados Unidos. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 30, pelo jornal americano The New York Times.
Emhoff, que é judeu, é uma das principais vozes contra o aumento do antissemitismo no país. Ele foi indicado para o cargo em janeiro, e nomeações costumam ter mandatos de cinco anos.
“Fui informado da minha remoção do Conselho Memorial do Holocausto dos Estados Unidos”, disse Emhoff em comunicado. “Quero ser claro: a memória e a educação sobre o Holocausto jamais devem ser politizadas. Transformar uma das piores atrocidades da história em uma questão polêmica é perigoso — e desonra a memória de seis milhões de judeus assassinados pelos nazistas, que este museu foi criado para preservar.”
“Nenhuma decisão política controversa jamais abalará meu compromisso com a memória e a educação sobre o Holocausto ou com o combate ao ódio e ao antissemitismo. Continuarei a me manifestar, a educar e a combater o ódio em todas as suas formas — porque o silêncio nunca é uma opção”, acrescentou a declaração.
O desligamento foi comunicado através de um e-mail de Mary Sprowls, que trabalha no Gabinete de Funcionários da Casa Branca. O texto, obtido pela emissora americana CNN, dizia: “Em nome do presidente Donald J. Trump, escrevo para informá-lo de que seu cargo como membro do Conselho Memorial do Holocausto dos Estados Unidos foi encerrado, com efeito imediato. Agradecemos seu serviço”.
Ron Klain, ex-chefe de gabinete da Casa Branca; Anthony Bernal, conselheiro sênior da ex-primeira-dama Jill Biden; Jennifer Klein, ex-diretora do Conselho de Política de Gênero da Casa Branca; e Susan Rice, que atuou como conselheira de política interna de Biden e ajudou a desenvolver estratégias para combater o antissemitismo, também foram demitidos.
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Mudanças do governo Trump
Em comunicado, o museu indicou que “se sente satisfeito com a nossa visitação e com o aumento da demanda por educação sobre o Holocausto” apesar de tratar-se de um “momento de alto antissemitismo e distorção e negação do Holocausto”.
“Estamos ansiosos para continuar a promover nossa missão de vital importância enquanto trabalhamos com o governo Trump”, acrescentou a instituição.
Mais tarde, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, afirmou que “o presidente Trump está ansioso para nomear novos indivíduos que não apenas continuarão a honrar a memória daqueles que pereceram no Holocausto, mas que também sejam firmes apoiadores do Estado de Israel”.
Após os ataques do grupo terrorista palestino Hamas ao território israelense, em 7 de outubro de 2023, Emhoff destacou em entrevista à CNN que tinha “uma obrigação com nossa comunidade judaica como a primeira pessoa judia nessa função”, em referência ao posto de segundo cavalheiro, por ser marido da então vice-presidente dos Estados Unidos.