O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em um inesperado passo, aparentemente encorajou um grupo de senadores e deputados federais a aprovarem uma legislação mais rigorosa para o controle de armas no país com o objetivo de evitar novos tiroteios em massa.
Pressionado por uma onda de ativismo estudantil após o massacre que deixou 17 mortos em uma escola de ensino médio na Flórida há duas semanas, Trump tem cautelosamente considerado mudanças nas atuais leis de posse de armas.
Durante uma reunião para discutir o assunto na Casa Branca nesta quarta-feira, o presidente tratou da necessidade de uma medida rápida para impedir que novas tragédias como a de Parkland aconteça. “É hora. Nós temos que parar com essa tolice. Está na hora.”
Trump falou de forma favorável à expansão da verificação de antecedentes de quem deseja comprar armas e ao aumento da idade mínima para a compra de rifles de 18 para 21 anos. O presidente disse que estaria disposto a aprovar tais mudanças, mesmo que sejam desaprovadas pela Associação Nacional do Rifle (NRA, em inglês).
“Nós vamos encontrar algumas ideias”, disse ele. “Espero que possamos colocar essas ideias em um projeto de lei bipartidário. Seria tão lindo ter um projeto de lei que todos possam apoiar”, afirmou.
A NRA, tem forte influência na política nacional americana e investiu por volta de 30 milhões de dólares na campanha de Trump, segundo uma análise dos registros públicos de financiamento. A associação realiza intensa atividade de lobby junto ao Congresso e ao presidente.
Trump sempre defendeu a manutenção das leis de porte de arma e, ao longo de sua campanha, mostrou-se contrário a qualquer enrijecimento. Nos últimos dias, contudo, tem mostrado uma postura diferente, correndo o risco de desagradar sua base eleitoral de republicanos mais tradicionais — algo que pode ter reflexos nas eleições legislativas de novembro, em que o controle de seu Partido sob o Congresso estará em jogo.
A reunião desta quarta na Casa Branca faz parte de um esforço para conciliar as visões democratas e republicanas sobre a posse de armas. Dezesseis senadores e deputados dos dois partidos foram convidados para discutir soluções para os tiroteios em massa nos Estados Unidos.