O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste sábado, 6, que não leu o relatório da investigação do chamado “caso Rússia”, elaborado pelo promotor especial Robert Mueller e que há duas semanas está em poder do Departamento de Justiça.
“Não li o relatório Mueller ainda, apesar de ter todo o direito de fazer isso. Só conheço as conclusões, e a maior delas, não houve conluio [com a Rússia]”, escreveu o republicano em sua conta pessoal no Twitter.
Depois de cerca de dois anos de investigação, Mueller entregou no último dia 22 de março seu relatório completo ao procurador-geral dos EUA, William Barr, que por enquanto só divulgou uma carta dirigida ao Congresso na qual assegura que não foram encontradas provas de que Trump ou sua equipe tenham conspirado com a Rússia durante a campanha eleitoral de 2016.
“Isto é apontado pelas recomendações feitas a nosso grande procurador-geral, que não encontrou obstrução”, afirmou Trump em relação ao segundo objetivo desta investigação, que foi tentar determinar se o presidente tentou obstruir a investigação.
Na realidade, segundo a carta de Barr, “embora este relatório conclua que o presidente não cometeu um crime, também não o exonera” da acusação de obstrução.
O procurador-geral se comprometeu a enviar ao Congresso, em meados de abril, uma versão editada sobre os supostos laços entre a campanha do agora presidente e a Rússia.
Nesta segunda carta ao Congresso, William Barr disse que editará as informações que acredite que “comprometam potencialmente as fontes e os métodos” da compilação de informação ou o que “infrinjam indevidamente a privacidade pessoal, os interesses e a reputação de terceiros”.
O Comitê Judicial da Câmara dos Representantes – controlado pelo Partido Democrata -, no entanto, autorizou nesta sexta-feira, 5, o envio de um requerimento judicial ao Departamento de Justiça para que o relatório seja publicado na íntegra.
Após uma votação na qual democratas e republicanos votaram separadamente, o comitê aprovou que seu presidente, o democrata Jerrold Nadler, envie a citação judicial ao Departamento de Justiça americano. “Os democratas, não importa o que lhes demos, nunca estarão satisfeitos. Uma absoluta perda de tempo”, criticou hoje Trump.