Trump diz que está “aberto” a negociações com a Coreia do Norte
A surpreendente declaração do presidente americano acontece no mesmo dia em que Pyongyang voltou a ameaçar a ilha de Guam
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira que está “aberto” à possibilidade de negociar com a Coreia do Norte, mas que também está “preparado” para qualquer outra possível situação resultante da escalada de tensões com Pyongyang. “Vamos ver o que acontece com a Coreia do Norte. Isso é tudo o que podemos dizer. Vamos ver o que acontece. Estamos totalmente preparados para várias coisas”, disse Trump a jornalistas no jardim sul da Casa Branca.
“Pode acontecer uma situação na qual negociaremos, sempre estou aberto a isso. Mas se houver algo diferente de uma negociação, acreditem em mim, estamos preparados, mais do que nunca”, acrescentou.
A surpreendente declaração de Trump acontece no mesmo dia em que a Coreia do Norte ameaçou novamente o territória americano de Guam e contraria o tom duro de suas críticas ao regime norte-coreano e ofensas propagadas contra Kim Jong-un. A advertência o do governo norte-coreano, no entanto, não foi mencionada.
A contemporização do presidente americano também conflita com a depreciação ao anúncio do seu secretário de Estado, Rex Tillerson, de que os Estados Unidos têm “linhas de comunicação” abertas com Pyongyang para sondar a possibilidade de iniciar um diálogo.
“Disse ao nosso maravilhoso secretário de Estado, Rex Tillerson, que perde tempo tentando negociar com o ‘Pequeno Homem Foguete”, escreveu Trump um dia após o anúncio de Tillerson, utilizando o apelido que usa para definir o líder norte-coreano, Kim Jong-un.
No dia seguinte a esse tuíte, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, disse que as “únicas conversas que aconteceram, ou que poderiam existir” com a Coreia do Norte “são as relacionadas com trazer de volta os americanos que foram lá detidos”. “Além disso, não haverá conversas com a Coreia do Norte neste momento”, concluiu Sanders.
Trump apostou em uma retórica dura como resposta aos programas norte-coreanos de armas nucleares e mísseis balísticos e, durante o discurso que fez no mês passado na Assembleia-Geral da ONU, ameaçou “destruir totalmente” a Coreia do Norte se continuasse com as suas provocações.
(com EFE)