Trump e Putin conversam por telefone – e fim da guerra pode estar próximo
Conversa ocorreu depois de o Kremlin endurecer o tom e afirmar que conflito só poderia acabar nos termos determinados pelo presidente russo

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou, nesta quarta-feira 12, que conversou por telefone com seu homólogo russo, Vladimir Putin, pela manhã e que a ligação marcou o início “imediato” das negociações para encerrar a guerra na Ucrânia.
A ligação, que é a primeira troca registrada entre os presidentes desde que Trump assumiu o cargo no mês passado, ocorreu um dia após a Rússia libertar um americano preso no país. O conflito completará três anos em 24 de fevereiro.
“Discutimos a Ucrânia, o Oriente Médio, energia, inteligência artificial, o poder do dólar e vários outros assuntos”, afirmou o americano em sua rede social, a Truth.
O Kremlin confirmou que Trump e Putin conversaram por quase 90 minutos. A ligação também aconteceu após o governo russo endurecer o tom e afirmar que a guerra só poderia acabar nos termos determinados por Putin.
Canal aberto
O líder americano vinha sinalizando há semanas seu desejo de falar como russo, enquanto trabalha para resolver o conflito na Ucrânia o mais rápido possível – arriscando até prejudicar Kiev no processo.
“Concordamos em trabalhar juntos, muito próximos, incluindo visitar as nações um do outro. Também concordamos em fazer com que nossas respectivas equipes iniciem negociações imediatamente, e começaremos ligando para o presidente Zelensky, da Ucrânia, para informá-lo da conversa, algo que farei agora mesmo”, escreveu Trump na Truth Social.
Seu antecessor, o presidente Joe Biden, não falava com seu homólogo russo há quase três anos. O último presidente dos Estados Unidos a visitar a Rússia foi Barack Obama, quando participou de uma cúpula do G20 no país, em 2013.
“Grande amizade”
Steve Witkoff, que atua como enviado especial dos Estados Unidos para o Oriente Médio, estará entre os principais negociadores de Trump no conflito do Leste Europeu. Mais cedo nesta quarta-feira, ele classificou a libertação do professor americano Marc Fogel, detido injustamente por Moscou, como “uma indicação de quais são as possibilidades” para o futuro da guerra.
“Isso talvez seja um sinal sobre como será a relação de trabalho entre os presidentes Trump e Putin no futuro e o que isso pode significar para o mundo em geral, para o conflito, e assim por diante. Acho que eles já tinham uma grande amizade, e acho que ela agora vai continuar, e é algo muito bom para o mundo”, avaliou Witkoff, que, como o chefe da Casa Branca, é investidor imobiliário.