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Trump é o primeiro presidente dos EUA a perder a reeleição desde 1992

Antes do atual presidente, fracasso em recuperar economia impediu reeleição de George HW Bush contra Bill Clinton em 1992

Por Julia Braun Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 nov 2020, 16h36 - Publicado em 7 nov 2020, 16h31
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  • Com a confirmação da vitória de Joe Biden por projeções elaboradas pelos principais meios de comunicação dos Estados Unidos, o atual presidente Donald Trump se torna o primeiro mandatário a perder a reeleição no país em 28 anos. Antes dele, o último havia sido George HW Bush, em 1992.

    A derrota de Trump foi declarada por todas as principais redes americanas assim que Biden foi considerado o vencedor das eleições na Pensilvânia, o que deu ao veterano democrata 273 votos no Colégio Eleitoral, ultrapassando o limite de 270 votos necessários naquele órgão para ser eleito presidente.

    Trump, porém, voltou a contestar a apuração e prometeu apresentar processos legais mais duros para reverter a situação a partir da próxima segunda-feira. Apesar da recusa do republicano em aceitar a derrota, os apoiadores de Biden já comemoram a mudança de governo nas ruas de diversas cidades do país.

    Antes de Trump, outro republicano perdeu a campanha de reeleição há 28 anos. George HW Bush foi derrubado por uma forte recessão e pela quebra de sua própria promessa de campanha de não aumentar impostos. Em seus primeiros dois anos de mandato, o republicano conseguiu excelente aprovação entre a população, motivada principalmente por seu sucesso nas relações exteriores, em especial a vitória na Guerra do Golfo. Porém, entre o fim da guerra, em fevereiro de 1991, e as eleições presidenciais, em novembro de 1992, sua popularidade despencou de 90% para 34%.

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    Para piorar, ele tinha como adversário um político jovem, carismático e alinhado com as mudanças culturais que o mundo experimentava depois de quarenta anos de Guerra Fria: Bill Clinton. Derrotado por sua antítese, Bush ainda teve a discutível honra de ter inspirado uma frase que virou mandamento na cartilha dos marqueteiros americanos. Ao sinalizar o caminho que sua equipe deveria seguir para vencer o republicano, o chefe da campanha democrata James Carville foi cru e certeiro: “É a economia, estúpido”.

    O ex-presidente George H. W. Bush faleceu em dezembro de 2018, aos 94 anos. Ele sofria um tipo de Parkinson que o impedia de caminhar e o deixou em uma cadeira de rodas nos seus últimos anos de vida. Seu filho, George W. Bush, também serviu como presidente entre 2001 e 2009.

    É incomum que presidentes em exercício sejam derrotados nos Estados Unidos, já que assim como em outros países, os mandatários podem usar o púlpito e todos os benefícios da Casa Branca em sua vantagem.

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    Em comum, todos os mandatários derrotados tiveram o mesmo problema: seu partido não estava unido a eles. O democrata Jimmy Carter e o republicano George H.W. Bush enfrentaram desafios da esquerda e da direita de seus partidos, respectivamente, o que os enfraqueceu antes das eleições gerais.

    Lyndon Johnson, sucessor do assassinado John F. Kennedy, não perdeu tecnicamente sua reeleição, mas optou por não concorrer a um segundo mandato completo em 1968 em meio a uma revolta da ala progressista do Partido Democrata contra a Guerra do Vietnã. E Gerald Ford, que assumiu o cargo após a renúncia de Richard Nixon em 1974, enfrentou a competição do popular Ronald Reagan dois anos depois.

    Trump, ao contrário, praticamente assumiu o Partido Republicano, cuja plataforma de 2020 apoiou seu programa. O republicano buscou ansiosamente um segundo mandato. Em meio à pandemia de coronavírus que assola o país, ele fez uma campanha frenética por comícios em massa de um estado a outro e assinou os 150 milhões de cheques enviados aos americanos como parte do plano de ajuda econômica para enfrentar a crise de saúde.

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