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Trump escreveu seu próprio atestado de saúde, diz ex-médico

Segundo Harold Bornstein, documento assegurava a “saúde extraordinária” de Trump e foi ditado por telefone, enquanto o médico dirigia seu carro

Por Da redação
2 Maio 2018, 10h05

O ex-médico do atual presidente dos Estados Unidos, Harold Bornstein, afirmou que Donald Trump lhe ditou o próprio de saúde, apresentado durante a corrida eleitoral de 2016. O documento expunha Trump com uma saúde “extraordinariamente excelente” e foi escrito e lido pelo atual presidente. O  médico apenas apontou o que poderia ou não ser colocada no atestado.

“Sua força física e resistência são extraordinárias”, afirmava o atestado, apresentado em dezembro 2015 pela equipe de campanha do então candidato. “Se eleito, posso declarar inequivocamente que Trump será o indivíduo mais saudável já eleito para a presidência”.

Em entrevista exclusiva à rede americana CNN, Bornstein disse que estava dirigindo com sua esposa pelo Central Park enquanto Trump lhe ditava a carta. “(Trump) ditou a carta, e eu dizia a ele o que ele não poderia colocar lá”, afirmou.

Segundo o documento, Trump, que é o presidente mais velho a assumir a presidência até o momento, possuía pressão arterial excelente e havia perdido sete quilos em um ano. Poucas semanas antes da divulgação do atestado, Trump publicara nas redes sociais que o relatório médico de Bornstein provaria sua saúde perfeita.

“Tenho a sorte de ter sido abençoado com grandes genes”, escreveu no Facebook.

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Na época, o médico assegurou que havia escrito o atestado. Agora, vem a público para negar a afirmação sem apresentar suas motivações.  Procurada pela rede americana, a Casa Branca não se pronunciou.

Saque de relatórios médicos

Em outra entrevista exclusiva, para a rede NBC News, Bornstein também contou que, em fevereiro de 2017, o então funcionário da Casa Branca Keith Schiller se apresentou em seu consultório  junto com outros dois homens e levou todos os relatórios médicos do presidente. Schiller foi guarda-costas de Trump.

“Devem ter ficado aqui 25 ou 30 minutos. Criaram muito caos”, relatou Bornstein,, que afirmou ter se sentido “violado, assustado e triste” durante o que descreveu como um “saque” do seu consultório.

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O médico assegurou que Schiller, acompanhado de um advogado da Trump Organization chamado Alan Garten e de um terceiro homem não identificado, pediu para tirar da parede uma fotografia emoldurada na qual ele aparecia junto ao presidente. Bornstein tem agora o retrato sob uma montanha de papéis em uma das estantes.

Perguntada a respeito durante uma entrevista coletiva, a porta-voz da Casa Branca, Sarah Sanders, minimizou o incidente e negou que tenha havido um “saque”. “Como parte do procedimento padrão sob um novo presidente, a Unidade Médica da Casa Branca tomou posse dos relatórios médicos do presidente”, alegou Sanders.

No entanto, Bornstein apresentou o incidente como uma vingança da Casa Branca, pois teria acontecido dois dias depois que ele assegurou em entrevista que havia receitado a Trump, durante anos, um remédio para estimular o crescimento do cabelo.

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“Eu não podia acreditar que alguém estava fazendo um grande negócio sobre uma droga que é para crescer o cabelo, que parecia ser tão importante… qual é o problema com isso?”, afirmou à NBC.

Segundo Bornstein, ele estava tentando convencer a Casa Branca de que deveria ser o médico de Trump na Presidência. Depois de conceder essa entrevista, recebeu uma ligação de uma assistente do governante, Rhona Graff, que lhe disse que se “esquecesse” de ocupar esse cargo.

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Bornstein afirmou que decidiu revelar agora esse episódio por conta dos rumores de que Ronny Jackson, que foi o médico da Casa Branca durante os três últimos presidentes, deixou de ocupar o cargo depois de ser acusado de beber no trabalho e receitar remédios sem controle.

Em janeiro deste ano, Trump passou por um teste cognitivo, após especulações sobre sua saúde mental. O resultou apontou  “um estado de saúde em geral excelente”. “Não tenho preocupações com sua capacidade cognitiva ou funções neurológicas”, afirmou Ronny Jackson, logo após a publicação dos resultados.

(Com EFE)

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