Os Estados Unidos e a França pretendem trabalhar juntos contra o terrorismo e pela estabilização da situação da situação no mundo árabe. Ao menos esta é a intenção dos líderes dos países, Donald Trump e Emmanuel Macron, que deram uma entrevista conjunta nesta quinta-feira em Paris. Trump visita a França em razão das comemorações do Dia da Bastilha, mas não foi a política internacional que mais chamou atenção na coletiva de imprensa. Pressionado novamente sobre a suposta relação do filho mais velho, o empresário Donald Trump Jr., com uma advogada russa, o presidente voltou a defendê-lo.
Na noite da quarta-feira, em entrevista à agência Reuters, o republicano disse que não culpa o filho por ter realizado a reunião e afirmou que “muitas pessoas teriam realizado esse encontro“. A fala ocorreu dois dias depois de Trump Jr. divulgar os e-mails trocados com o publicitário Rod Goldstone, que intermediou a conversa com a advogada russa Natalia Veselnitskaya em junho do ano passado. Eles teriam negociado informações contra a então candidata democrata à Casa Branca, a ex-senadora Hillary Clinton.
Cooperação
Em clima amigável, Trump e Macron falaram em trabalhar diplomaticamente em conjunto para resolver os problemas políticos na Líbia, no Iraque e na Síria. “Vivemos em um mundo complexo e temos de nos respeitar”, afirmou o presidente americano, que rasgou elogios a Macron e aos franceses durante a coletiva de imprensa. “A França foi o primeiro aliado dos Estados Unidos. Como nações livres e democráticas, não há nada que não podemos fazer juntos”, disse.
Trump falou sobre a luta contra “inimigos da humanidade”, citando nominalmente a Síria, o Irã e a Coreia do Norte. Ainda sobre a Ásia, o presidente americano elogiou seu homólogo da China, Xi Jinping, e falou que deseja trabalhar em tratados comerciais com ele, bem como pela paz na região.
Sobre o acordo do clima de Paris, do qual retirou os Estados Unidos no início desse ano, Trump aparentemente deixou em aberto a possibilidade de mudar de posicionamento. “Algo pode acontecer em relação ao acordo de Paris, vamos ver o que acontece, mas nós vamos conversar sobre isso futuramente e se acontecer vai ser maravilhoso, e se não acontecer será ok também”, disse o republicano.
Menos explícito, Macron afirmou respeitar a saída dos Estados Unidos do acordo do clima, ainda que não concorde. “Da minha parte, continuo apegado ao acordo de Paris e minha vontade é dar continuidade a este pacto”, disse Macron.
(Com Reuters e Estadão Conteúdo)