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Trump muda discurso e deixa aos Estados definição do fim da quarentena

Presidente divulga cartilha com três etapas para a flexibilização do isolamento e deixa aos governadores opção de reabertura em 1º de maio

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 16 abr 2020, 21h34 - Publicado em 16 abr 2020, 21h21

O presidente americano, Donald Trump, declarou a governadores que podem reabrir seus estados em 1º de maio ou até antes, desde que haja redução nos novos casos de contaminação pelo coronavírus nos 14 dias anteriores. O anúncio, que faz parte de uma nova cartilha de seu governo para a flexibilização das quarentenas, está em linha com a posição de especialistas da área de saúde e apontam um discurso mais sintonizado com a realidade da epidemia nos Estados Unidos.

“Vocês vão dar seus próprios tiros”, afirmou Trump em um telefonema aos governadores nesta quinta-feira, 16. “Nós estamos ao lado de vocês, e vocês vão fazer nosso país reabrir e trabalhar. O povo quer trabalhar”, completou, segundo audio obtido pelo jornal The New York Times.

No momento em que anunciava a fórmula de liberação da quarentena em três etapas, os Estados Unidos registravam 662.000 casos confirmados de coronavírus e mais de 30.000 mortes. O País tornouse o epicentro da Covid-19 no mundo.

A mudança de discurso de Trump é visível. Há poucos dias, o líder americano declarou que a bala de prata para definir o fim da quarentena era dele, que tinha “total autoridade” para tomar a decisão. A iniciativa, criticada especialmente porque a questão de saúde pública é competência dos Estados, soou como mais uma confrontação da Casa Branca com os governadores, que estão na linha de frente no combate à epidemia.

O recuo, entretanto, pode conter um componente eleitoral. Em disputa pela sua reeleição, o tiro dado antecipadamente agora recairá sobre os ombros dos governadores, e não mais nos seus. Em vários Estados, americanos ultraconservadores já protestam em público contra as medidas de isolamento e de fechamento do comércio e dos serviços. Trata-se de um eleitorado fiel a Trump.

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O período de 14 dias de decréscimo de casos de contaminação é tido como necessário para a flexibilização das quarentenas porque refere-se ao prazo de incumbação do coronavírus. A primeira fase de distensão da quarentena, segundo a cartilha da Casa Branca, prevê que encontros entre mais de 10 pessoas sejam evitados. Os trabalhadores ainda devem ser motivados ao homeoffice, e as escolas e os bares devem continuar fechados. Restaurantes, teatros, ginásios esportivos e igrejas poderão reabrir suas portas desde que sigam protocolos rígidos.

Na segunda etapa, segundo o Times, as escolas podem ser reabertas, mas grupos com mais de 50 pessoas continuarão proibidos. Na terceira fase, para os Estados onde não teve havido nova onda de contaminações, os locais de trabalho poderão voltar a funcionar sem restrições. As visitas a hospitais e casas de repouso serão retomadas, mas locais como restaurantes deverão limitar o número de pessoas. Os bares voltam a abrir suas portas.

 

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