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Trump recua e acena ao Irã com novo acordo nuclear

Presidente americano acentua que campanha de terror do Irã no Oriente Médio 'não será tolerada' e acusa Soleimani de ter cometido as 'piores atrocidades'

Por Denise Chrispim Marin Atualizado em 30 jul 2020, 19h31 - Publicado em 8 jan 2020, 13h33

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta quarta-feira, 8, na Casa Branca estar disposto a iniciar negociações de um novo acordo nuclear com o Irã, capaz de impedir o país de desenvolver armas nucleares, e de atuar com Teerã no combate a células remanescentes do Estado Islâmico no Oriente Médio.

Com o cuidado de não indicar nenhum ato de retaliação por parte dos Estados Unidos contra o Irã pelos seus ataques a bases americanas no Iraque, na noite de terça-feira 7 (quarta), Trump informou que não houve vítimas. “O Irã não será autorizado a ter armas nucleares. Bom dia”, iniciou Trump seu pronunciamento na Casa Branca. “Nenhum americano foi ameaçado pelos bombardeios na noite passada”, continuou.

O republicano usou o discurso para reduzir a escala de tensão com o Irã e prometeu “sanções poderosas” – e não retaliação militar – em resposta ao ataque aéreo de terça. Ele também afirmou que o regime iraniano parece estar “se acalmando”: “O que é uma coisa boa para todos os envolvidos e uma coisa boa para o mundo”.

Ao defender um novo acordo nuclear nuclear com o Irã, Trump conclamou a França, o Reino Unido e a Alemanha a romper com o tratado anterior firmado em 2015, durante o governo do democrata Barack Obama, que também envolve a China e a Rússia. Os Estados Unidos, em 2018, retiraram-se desse acerto.

Em um gesto improvável antes dos ataques de mísseis iranianos de terça-feira, Trump convidou Teerã a tornar-se um ator mais ativo no processo de paz do Oriente Médio e a construir, junto com os Estados Unidos, “um futuro de prosperidade e harmonia” para a região. O republicano afirmou que seu país está preparado para “buscar a paz”. Mas sublinhou que a campanha de terror promovida pelo Irã na região “não será mais tolerada”. O presidente americano foi mais além e justificou o ataque que ordenou para eliminar Soleimani.

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“Soleimani foi responsável pelas piores atrocidades. Ele assassinou milhares de militares dos Estados Unidos, liderou recentes ataques (contra alvos americanos no Iraque) e orquestrou o ataque à embaixada dos Estados Unidos”, declarou, referindo-se ao atentado contra a representação americana em Beirute, no Líbano, em 1983, que provocou 63 mortes.

Esta foi a primeira declaração oficial da Casa Branca desde os bombardeios do Irã às bases americanas de Al Asad e Erbil na noite de terça-feira 7 (quarta, no Oriente Médio), como represália ao ataque dos Estados Unidos que culminou com o assassinato do general iraniano Qasen Soleimani em Bagdá, no Iraque. O militar era comandante das forças de elite da Guarda Revolucionária do Irã, considerado um herói nacional e figurava como a segunda autoridade mais poderosa do país, depois do líder supremo, aiatolá Ali Khamenei.

Trump convocara uma reunião de emergência na Casa Branca na noite de terça-feira e prometera fazer uma declaração à imprensa logo depois. Do encontro participaram o vice-presidente, Mike Pence, e os secretários de Defesa, Mark Esper, de Estado, Mike Pompeo, e o chefe das Forças Conjuntas dos Estados Unidos, general Mark Milley. Mas, ao final das conversas, limitou-se a disparar um tuíte. “Até agora, tudo bem”, escreveu o presidente. “Nós temos o militarismo mais poderoso e melhor equipado do que qualquer outro no mundo, de longe”, escreveu.

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No calor dos acontecimentos no Oriente Médio, a Casa Branca previu deixar para o dia seguinte sua manifestação mais comedida aos americanos e ao mundo. Trump afirmou que seu governo investiu 3,5 bilhões de dólares nas Forças Armadas do país, que considera as mais preparadas do mundo em equipamentos e preparo de contingentes. “Mas nós não queremos usá-las”, insistiu, para completar que o arsenal de Defesa tem como prioridade servir para deter ações contra o país.

Com seu pronunciamento nesta quarta, Trump aparentemente esfria um potencial conflito armado no Oriente Médio, que arrastaria aliados de Washington e Teerã dentro e fora da região a trincheiras diferentes. O líder americano terá incluído no seu cálculo também o impacto de uma guerra nos preços internacionais de petróleo, que escalaram desde a semana passada, e consequentemente no ritmo ainda lento de crescimento da economia mundial. Lembrou que os Estados Unidos “não precisam do petróleo do Oriente Médio”. Mas omitiu o peso dos preços mais altos da commodity na conjuntura econômica americana.

Depois dos bombardeios iranianos, o governo de Teerã anunciou que qualquer represália dos Estados Unidos seria respondida com ataques a Haifa, em Israel, e em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O aiatolá Khamenei afirmou que a reação do Irã foi um “tapa na cara” dos Estados Unidos e condenou a presença de contingentes militares americanos na região. “A presença corrupta dos Estados Unidos na região precisa terminar”, afirmou, em discurso transmitido pela televisão estatal do país. O chanceler Javad Zarif declarou na noite de terça-feira, por Twitter, que a atitude do Irã teve caráter defensivo, baseado no artigo 51 da Carta das Nações Unidas, e que seu país não quer a escalada do conflito nem a guerra.

Até o momento, o governo iraniano não se manifestou sobre as declarações de Donald Trump.

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