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Trump ofereceu perdão presidencial a Julian Assange, afirmam advogados

Presidente americano teria prometido conceder perdão se jornalista negasse envolvimento da Rússia em vazamento de e-mails de democratas

Por Da Redação
Atualizado em 19 fev 2020, 16h09 - Publicado em 19 fev 2020, 15h40

Os advogados do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, afirmaram à Justiça britânica que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ofereceu conceder um perdão presidencial ao jornalista australiano caso ele negasse o envolvimento da Rússia no vazamento de e-mails do Partido Democrata em 2016.

A banca de advogados de Assange teria feito tal declaração durante uma sessão em uma corte de Westminster que antecede o início do julgamento do jornalista na próxima semana. A informação foi divulgada pela imprensa do Reino Unido nesta quarta-feira, 19.

Assange, de 48 anos, está na prisão de Belmarsh, em Londres, e luta contra um pedido de extradição dos Estados Unidos, onde é alvo de 18 acusações, entre elas conspirar para invadir computadores do governo e violar uma lei de espionagem. O julgamento sobre sua extradição começará na próxima semana. Ele pode passar décadas preso se for condenado.

Segundo relato de um dos advogados, Edward Fitzgerald QC, a deputada republicana Dana Rohrabacher visitou Assange em 2017, quando ele ainda estava asilado na embaixada do Equador em Londres, a pedido de Donald Trump. Durante a conversa, Rohrabacher teria dito que o presidente estava disposto a conceder um perdão ao australiano caso ele afirmasse publicamente que a Rússia não teve qualquer envolvimento com o vazamento de e-mails do Partido Democrata.

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Em 2016, o WikiLeaks divulgou e-mails da campanha da então candidata à Presidência Hillary Clinton obtidos quando hackers russos invadiram os computadores do Comitê Nacional Democrata.

Assange vivia na embaixada do Equador em Londres desde 2012, quando pediu asilo para fugir de um pedido de extradição para a Suécia por conta de um processo por abuso sexual. Ele foi preso em 11 de abril depois que o governo de Lenín Moreno retirou o asilo diplomático concedido ao jornalista. No mesmo dia, os Estados Unidos pediram a extradição do fundador do WikiLeaks.

O jornalista pediu asilo ao governo equatoriano após o fim de um longo processo de extradição para a Suécia nos tribunais britânicos. Como a Grã-Bretanha se negava a dar salvo-conduto para que ele deixasse a embaixada e seguisse para o Equador, Assange seguia morando no local, em um impasse que já durava mais de seis anos.

No ano de 2010, o Wikileaks divulgou mais de 90.000 documentos confidenciais relacionados a ações militares de Washington no Afeganistão e cerca de 400.000 documentos secretos sobre a guerra no Iraque, em um dos maiores vazamentos de dados secretos da história.

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