Trump pede desculpas por retuíte de vídeos anti-islâmicos
Ação causou mal-estar com Reino Unido; vídeos foram originalmente postados por grupo de extrema direita Britain First
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu desculpas por ter retuitado vídeos antimuçulmanos de um grupo de extrema direita do Reino Unido em uma entrevista ao canal britânico ITV. A situação causou mal-estrar em Londres e com a primeira ministra Theresa May.
“Não sabia quem eles eram”, afirmou sobre o Britain First (Reino Unido primeiro), grupo que postou os vídeos originalmente, antes de completar: “Se você me diz que são pessoas racistas horríveis, certamente gostaria de pedir desculpas”.
“Fiz um retuíte. Quando você faz retuítes pode provocar problemas porque nunca sabe quem os iniciou”, alegou o presidente na entrevista ao jornalista britânico Piers Morgan, realizada na quinta-feira em Davos, na Suíça, onde participa no Fórum Econômico Mundial.
Morgan acusou o presidente americano de provocar “uma grande angústia e irritação em meu país, porque o Britain First é essencialmente um monte de racistas, fascistas”.
“Não sabia”, respondeu o presidente, de acordo com trechos da entrevista que será exibida na íntegra no domingo.
No fim de novembro, Trump retuitou os vídeos postados pela vice-líder do Britain First, Jayda Fransen. As imagens mostravam supostos muçulmanos espancando um adolescente até a morte, agredindo com bengala um menino e destruindo uma estátua da Virgem Maria.
A postagem levou a primeira-ministra britânica, Theresa May, a classificar a atitude de Trump como “um erro”. O presidente americano respondeu que a chefe do governo britânico deveria se preocupar com os próprios problemas.
“Temos uma grande relação, embora muitas pessoas acreditem que não”, declarou Trump sobre May. “Ela está fazendo um grande trabalho.”
“Sou um grande admirador da Grã-Bretanha, do Reino Unido, da Escócia“, completou o presidente americano.
O incidente de novembro provocou controvérsia entre os britânicos sobre a conveniência de convidar Trump para uma visita de Estado, o tipo de visita mais elevada em termos protocolares, que deveria acontecer este ano.
“Não me importa”, respondeu ao ser questionado sobre os britânicos descontentes com o convite e sobre os pedidos públicos para que o Reino Unido proibisse sua entrada no país. “Acredito que muitas pessoas em sua nação gostam do que defendo, defendo fronteiras fortes.”