Trump planeja reduzir cota de refugiados admitidos nos EUA em 2021
Governo planeja permitir que apenas 15.000 refugiados sejam recebidos no país, menor número já registrado em um ano
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou na quarta-feira 30 que planeja permitir que apenas 15.000 refugiados sejam admitidos no país no ano fiscal de 2021, no que será o menor número já registrado na história do programa de refugiados.
O anúncio do Departamento de Estado foi feito 30 minutos antes do início do ano orçamentário de 2021, no dia 1 de outubro, respeitando no limite o prazo estabelecido pela lei. Nos próximos 12 meses, o máximo de 15.000 refugiados poderão ser admitidos no país, exceto em caso de mudança na administração, contra os 18.000 refugiados autorizados neste ano.
Este é o menor número cogitado para um ano e representa uma quantidade ínfima na comparação com as 100.000 pessoas recebidas anualmente durante a administração do presidente anterior, o democrata Barack Obama.
Sob a lei americana, o presidente deve consultar o Congresso antes de chegar ao número final de refugiados que planeja aceitar, mas a determinação é, em última instância, estabelecida pela própria Casa Branca. O adversário de Trump nas urnas em 3 de novembro, o democrata Joe Biden, prometeu aumentar o número de admissões para 125.000 ao ano caso seja eleito presidente.
Trump, que transformou a luta contra a migração em uma de suas prioridades, já suspendeu as admissões de refugiados durante meses em 2020, com o pretexto da pandemia de Covid-19.
Ao apresentar a medida, o Departamento de Estado argumentou que Washington busca ajudar os refugiados “o mais próximo possível de suas casas”, para que possam retornar.
A proposta inclui alocações específicas para refugiados que sofreram ou temem perseguição com base em religião, para refugiados do Iraque que ajudaram os Estados unidos; e para refugiados de El Salvador, Guatemala, Honduras, Hong Kong, Cuba e Venezuela.
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Clique e Assine“Ao nos concentrarmos em primeiro lugar em acabar com os conflitos que provocam os deslocamentos e em fornecer ajuda humanitária no exterior para proteger e ajudar as pessoas deslocadas, podemos prevenir os efeitos desestabilizadores dos deslocamentos nos países afetados e em seus vizinhos”, afirma um comunicado.
O Departamento de Estado tabém mencionou a necessidade de uma “solução diplomática” na Venezuela, onde Washington tenta retirar do poder o presidente Nicolás Maduro, por considerar fraudulenta sua reeleição em 2018.
Quase cinco milhões de venezuelanos fugiram do país desde 2015 devido à crise política e econômica.
Em uma viagem pela América do Sul na semana passada, o secretário de Estado, Mike Pompeo, visitou refugiados venezuelanos e elogiou o fato de que Colômbia e Brasil recebam estas pessoas.