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Trump quer mediar a paz entre palestinos e israelenses

Em encontro com Mahmoud Abbas, o presidente dos Estados Unidos voltou a afirmar que a solução do conflito é possível -só não disse como

Por Da redação
Atualizado em 3 Maio 2017, 17h46 - Publicado em 3 Maio 2017, 15h38
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  • O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta quarta-feira na Casa Branca o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, para conversar sobre o estagnado processo de paz no Oriente Médio.

    Trump disse estar convencido de que será possível obter a paz entre israelenses e palestinos: “Desejamos construir a paz entre Israel e os palestinos, e a alcançaremos”, declarou. O presidente americano afirmou que seu governo não tentará impor um acordo de paz no Oriente Médio e que apenas mediará as negociações. O republicano destacou que não haverá paz se os palestinos não tiverem uma voz unificada contra o terror.

    Abbas disse que Trump tem a “determinação” e o “desejo” de ter sucesso em eventuais negociações de paz, e acrescentou que ele acredita “firmemente” que é possível chegar a uma solução permanente sobre o conflito no Oriente Médio. O líder palestino disse que Israel deve reconhecer a criação de um Estado palestino, assim como eles reconhecem Israel e afirmou que “chegou o momento de os israelenses acabarem com a ocupação em nossos territórios”.  Abbas disse ainda que o atual momento pode ser uma nova oportunidade para um acordo de paz e que os palestinos estão fazendo sua parte ao educar suas crianças sob uma “cultura de paz”.

    Compromisso vazio

    O presidente da ANP tem pouco a oferecer ao presidente americano em termos de compromisso com um futuro processo de paz. Enfraquecido e em plena guerra com o Hamas, facção terrorista que controla a Faixa de Gaza desde 2007, Abbas está no seu décimo segundo ano de um mandato que só deveria durar quatro. A incapacidade de realizar eleições, a corrupção e as divisões internas geraram uma grave crise de legitimidade que se arrasta há anos.

    Trump evitou entrar hoje em detalhes sobre quais são as condições que ele considera necessárias para que seja possível a paz entre israelenses e palestinos, além de se oferecer para ser um “mediador” na negociação direta entre as partes. Talvez nem mesmo saiba de que maneira pretende atuar na região, que deve visitar no fim do mês.

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    Israel

    Segundo Abbas, os palestinos desejam um restabelecimento das fronteiras de 1967, com a Cisjordânia fazendo parte de um futuro Estado Palestino independente. Durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, Israel capturou a Cisjordânia e continua ocupando a região. Para o líder palestino, a “solução de dois Estados” deve ajudar a deter o terrorismo.

    Em fevereiro, Trump recebeu na Casa Branca o premiê israelense, Benjamin Netanyahu, e pôs em dúvida que a paz possa acontecer pela criação de um Estado palestino, por meio de dois Estados”.

    “Estou avaliando uma solução de dois Estados e de um Estado. Gostarei daquela que as duas partes gostarem. Posso viver com qualquer das duas”, afirmou o presidente americano no dia do encontro com Netanyahu.

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    A ambiguidade de Trump sobre esse ponto gerou preocupação entre os palestinos e os países-membros da Liga Árabe, que em sua última cúpula reagiram a essa postura e ressaltaram seu apoio à criação do Estado palestino.

    Por outro lado, o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, antecipou ontem que Trump está considerando seriamente transferir a embaixada do país para Jerusalém, algo que já prometeu durante a campanha.

    Trump não quis se pronunciar hoje sobre esse tema ao ser questionado por jornalistas antes de sua reunião com Abbas no Salão Oval.

    (Com EFE e Reuters)

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