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Trump admite que Rússia atuou para elegê-lo em 2016, mas volta atrás

Logo após postar mensagem no Twitter, presidente voltou atrás e criticou duramente o procurador Robert Mueller

Por Da Redação
Atualizado em 30 Maio 2019, 17h48 - Publicado em 30 Maio 2019, 17h30

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reconheceu em um tuíte nesta quinta-feira, 30, que a Rússia ajudou a elegê-lo. Mas, rapidamente, recuou ao falar com a imprensa.

Até hoje, Trump tinha sido inflexível, afirmando que venceu as eleições de 2016 de forma justa e minimizando o impacto daquilo que a comunidade de Inteligência americana descreveu como um esforço concentrado de Moscou para intervir a seu favor.

“Rússia, Rússia, Rússia! Só se ouviu isso no começo dessa caça às bruxas”, tuitou Trump, um dia depois de o procurador especial Robert Mueller falar publicamente sobre suas conclusões da investigação sobre a interferência de Moscou na campanha eleitoral de 2016.

“E agora, a Rússia desapareceu porque eu não tive nada a ver com a Rússia ajudando a me eleger”, acrescentou, admitindo pela primeira vez que Moscou atuou em seu favor.

Mais tarde, Trump recuou diante dos repórteres, na Casa Branca. “Não, a Rússia não ajudou a me eleger”, disse.  “Você sabe quem me elegeu? Eu me elegi”, acrescentou o 45º presidente dos Estados Unidos.

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Na quarta-feira 29, em um discurso de dez minutos, o procurador especial Robert Muller, ex-diretor do FBI, reiterou que não havia coletado “provas” de um acordo entre Moscou e a equipe de campanha do candidato Trump.

Ele foi cuidadoso, contudo, ao apontar que não poderia isentar o presidente de suspeitas de obstrução da Justiça. Afirmou também que a Constituição do país o impede de fazer qualquer acusação formal contra o republicano.

Para Donald Trump, o caso está encerrado. “Não houve obstrução, não há conluio, não há nada, nada, exceto uma caça às bruxas”, disse ele. Perguntado sobre o profissionalismo de Mueller, ele questionou diretamente sua integridade: “É alguém que não gosta de Donald Trump”.

Segundo o governante, o procurador especial “nunca deveria ter sido designado” para realizar as investigações sobre a interferência da Rússia. Se o discurso de Mueller não trouxe novos elementos ao caso, reviveu os apelos para iniciar um processo de impeachment contra o bilionário, um assunto que divide profundamente os democratas.

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Estes últimos têm uma maioria na Câmara dos Deputados e, portanto, são capazes de lançar este processo. Mas, dada a maioria republicana no Senado, é quase certo seu fracasso.

Trump foi questionado se teme a abertura de um processo de impeachment. “Eu não vejo como eles poderiam fazer isso”, disse ele antes de embarcar no helicóptero presidencial Marine One, que o esperava no gramado da Casa Branca.

“Essa coisa toda é apenas um gigantesco assédio presidencial”, completou.

Em junho do ano passado, durante coletiva de imprensa após seu encontro com Vladimir Putin em Helsinque com Vladimir Putin, Trump afirmou não acreditar que a Rússia havia interferido na política americana. O presidente chegou, inclusive, a sugerir que as agências de inteligência dos Estados Unidos estavam erradas, em prol das investigações realizadas por Moscou.

(Com AFP e EFE)

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