O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, retirou do Conselho de Segurança da Casa Branca o polêmico Steve Bannon, seu chefe de estratégia política. O movimento é parte da reorganização do órgão encarregado de tratar as crises no exterior, tradicionalmente reservado para a cúpula militar, de inteligência, diplomática ou científica.
A decisão inicial de Trump de incluir Bannon nesse órgão tinha gerado controvérsia, já que se tratava da primeira vez que um assessor político como Bannon, que carece de experiência prévia em matéria de política externa, foi incluído como convidado permanente destas reuniões de Segurança Nacional.
A saída de Bannon, reforça a hierarquia do general H.R. McMaster, nomeado há um mês e meio como assessor de segurança nacional do presidente em substituição ao também general Michael Flynn, que teve de renunciar após serem revelados seus vínculos com a Rússia. McMaster conta agora com autoridade para estabelecer a agenda e calendário de encontros do conselho.
Dentro desta reestruturação, o diretor de Inteligência Nacional, Dan Coats, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, o general Joseph Dunford, voltam a ser “participantes regulares”, já que em um primeiro momento falava-se que participariam somente “quando fossem debatidos temas relacionados com suas responsabilidades e experiências”.
Darth Vader da política
Bannon se estabeleceu em seus primeiros dias na Casa Branca como o cérebro de um plano político agressivo destinado, segundo suas palavras, a acabar com a “ordem” estabelecida e pôr o sistema de pernas pro ar. É tido como o responsável por decisões como o decreto para barrar temporariamente a entrada de cidadãos de sete países muçulmanos e de refugiados de qualquer parte do mundo e para acelerar a construção do muro na fronteira com o México. Sua grande influência na Casa Branca gerou suspeitas no Congresso e em círculos diplomáticos, dado seu papel pouco tradicional.
Aos 63 anos, Bannon teve uma diversificada carreira profissional antes de tornar chefe da campanha eleitoral de Trump: de oficial da Marinha passou a trabalhar em finanças no Goldman Sachs; posteriormente foi investidor audiovisual e, finalmente, em 2012, foi nomeado presidente do “Breitbart News”, veículo de extrema direita americana. Em entrevistas, o estrategista gosta de definir-se como o “Darth Vader” (famoso vilão da saga “Star Wars”) da política americana.
(com EFE)