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Trump sugere mudança na lei de difamação após livro explosivo

Obra relata a Casa Branca como uma "casa de loucos" nas mãos de um presidente raivoso e desequilibrado

Por Da Redação
Atualizado em 5 set 2018, 17h04 - Publicado em 5 set 2018, 15h47

O presidente Donald Trump reagiu indignado, nesta quarta-feira 5, ao livro sobre sua atuação como chefe de governo escrito pelo jornalista Bob Woodward, a ser lançado nos Estados Unidos no próximo dia 11. Trump sugeriu que o Congresso mude a lei de difamação no país.

“Não é uma vergonha que alguém possa escrever um artigo, ou um livro, inventar totalmente histórias e formar uma imagem da pessoa que é literalmente o oposto do fato, e sair impune disso sem retaliação ou custo?”, tuitou Trump. “Não sei por que os políticos de Washington não mudam as leis de difamação”, acrescentou.

No início do mês, Trump telefonou a Woodward para cobrar a ausência de sua versão no livro. Woodward, que pediu ao presidente autorização para gravar a conversa, explicou ter feito pedidos de entrevista a seus assessores da Casa Branca e também solicitado a ajuda do senador republicano Lindsey Graham. Mas não obteve respostas.

Em Fear: Trump in the White House (“Medo: Trump na Casa Branca”, em tradução livre), Woodward relata a Casa Branca como uma “casa de loucos” (no original, o autor usa “crazytown“) nas mãos de um presidente raivoso e desequilibrado, cujos assistentes tentam o tempo todo evitar que leve o país para uma guerra, entre outros desastres.

O jornal The Washington Post, que obteve uma cópia da obra escrita, publicou na véspera alguns trechos que não deixam o 45º presidente dos Estados Unidos em uma boa posição.

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De acordo com o livro, por exemplo, após uma reunião entre Trump e a sua equipe de Segurança Nacional sobre a presença militar na península da Coreia, o secretário de Defesa, Jim Mattis, disse ao seu círculo próximo que o presidente se comportou como um “estudante de 5º ou 6º ano”.

Segundo Woodward, depois do ataque químico de abril de 2017 na Síria, atribuído ao regime do presidente Bashar Assad, Trump ligou para o general Mattis e disse que queria assassinar o chefe de Estado sírio.

“Vamos matá-lo. Vamos. Vamos matar um monte deles”, disse Trump ao chefe do Pentágono, que ignorou totalmente a ideia.

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O livro também trata da frustração constante do secretário-geral da Casa Branca, John Kelly. Ele teria dito a assessores sobre Trump: “É um idiota. É inútil tentar convencê-lo de qualquer coisa. Nem sei o que eu estou fazendo aqui. Este é o pior trabalho que já tive”.

Os trechos divulgados pelo Washington Post revelam um presidente irascível que ataca os seus colaboradores com uma violência pouco comum.

O ministro da Justiça Jeff Sessions, alvo recorrente do desprezo presidencial, recebe um tratamento impiedoso. “É um cara mentalmente atrasado. É um imbecil”, teria afirmado Trump a Rob Porter, ex-ministro da casa Civil. Trump recentemente prometeu demitir Sessions depois das eleições legislativas de novembro.

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Trump já havia atacado o livro, que será lançado em 11 de setembro, chamando-o de “um golpe no público”. Disse ainda que o objetivo de Woodward é afetar as cruciais eleições de meio de mandato, em novembro.

Embora não seja o primeiro relato crítico da turbulenta Presidência Trump, o livro de Woodward tem especial importância. O autor ouviu assessores e ministros de Trump em centenas de entrevistas cuidadosamente gravadas e transcritas, além de ter reunido documentos para embasar seus relatos.

Woodward é considerado um dos maiores repórteres investigativos dos Estados Unidos. Atuou na cobertura do Escândalo de Watergate, que levou à renúncia do então presidente Richard Nixon, em 1974. Em parceria com Carl Bernstein, com quem dividiu a apuração do escândalo para o Washington Post, escreveu o livro Todos os Homens do Presidente.

(Com AFP)

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