Trump suspende entrada de imigrantes na fronteira com o México
Medida se dá pouco depois de anúncio de que 1.500 militares serão enviados à fronteira

Seguindo promessas de campanha, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou um decreto nesta quarta-feira, 22, que suspende a entrada de imigrantes na fronteira americana com o México.
“O Presidente Trump autoriza e instrui o Departamento de Segurança Interna, o Departamento de Justiça e o Departamento de Estado a tomarem todas as medidas necessárias para repelir, repatriar e remover imediatamente estrangeiros ilegais através da fronteira sul dos Estados Unidos”, informou a Casa Branca em um comunicado.
A medida, que não teve o texto completo divulgado, se dá pouco depois de anúncio de que 1.500 militares serão enviados à fronteira, se somando aos 2.200 que já fazem parte da força-tarefa sediada em El Paso, no Texas. O número, confirmado pela secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, não especifica quais unidades serão enviadas e as funções que elas terão.
“Emergência na fronteira”
Logo após tomar posse, na segunda-feira, Trump declarou situação de emergência na fronteira com o México.
“Toda entrada ilegal será imediatamente interrompida e se iniciará um processo de devolução de milhões e milhões de imigrantes criminosos aos lugares de onde vieram”, disse o presidente. Dados de 2022 indicam que há 11 milhões de imigrantes em situação irregular no país, a maioria latinos, e, entre eles, 230 mil brasileiros.
Sob a Lei de Emergências Nacionais, presidentes podem declarar emergências e aumentar temporariamente o poder executivo para responder a crises, sem ter que esperar aprovação ou deliberação do Congresso. Na prática, a declaração autoriza agências federais a redirecionar fundos e recursos para reforçar a segurança da fronteira, incluindo a retomada da construção de um muro na fronteira, o envio de mais militares e o restabelecimento de políticas rígidas de imigração.
Na terça-feira, em um passo além e em um afastamento de uma política de longa data para evitar operações nas chamadas “áreas sensíveis”, autoridades federais da imigração receberam permissão para prender pessoas e realizar ações em locais como igrejas e escolas, de acordo com novas diretrizes anunciadas pelo secretário interino de Segurança Interna, Benjamine Huffman.
Prevendo problemas, autoridades mexicanas começaram a construir abrigos com tendas gigantes pelo país para se preparar para um possível fluxo de mexicanos deportados. Em entrevista à agência de notícias Reuters, o funcionário municipal Enrique Licon afirmou que os abrigos temporários em Ciudad Juarez terão capacidade para abrigar milhares de pessoas e devem ficar prontos em questão de dias, em uma operação que classificou como “sem precedentes”.
Em cada abrigo, autoridades locais fornecerão alimentos, moradia temporária, assistência médica e assistência para obter documentos de identidade, de acordo com um documento do governo visto pela Reuters, chamado “O México abraça você”. Também há planos de dispor uma frota de ônibus para transportar mexicanos dos centros de recepção de volta para suas cidades natais.