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Trump toma posse nos EUA com promessas de um mandato agitado – e vingativo

Após reviravolta eleitoral, que lhe deu o controle do Congresso, novo presidente americano falou em retaliações contra seus inimigos

Por Amanda Péchy Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 20 jan 2025, 08h49 - Publicado em 20 jan 2025, 08h42

Os Estados Unidos se preparam para a posse de Donald Trump nesta segunda-feira, 20, que fará o juramento como 47º presidente americano às 12h (14h em Brasília). Ele prometeu uma onda de ordens executivas e uma mudança radical na ordem global – começando logo no dia 1 de seu mandato –, um prenúncio do que devem ser quatro anos agitados, polarizantes e repletos de vingança.

A cerimônia de posse de Trump foi transferida para a Rotunda do Capitólio, sede do Congresso, por causa do frio extremo. O alto salão de arenito no centro do edifício viu, em 6 de janeiro de 2021, uma invasão de seus apoiadores, que vandalizaram o local em uma tentativa de reverter sua derrota eleitoral para o atual presidente, Joe Biden.

Naquela época, poucos imaginaram que Trump, alvo de dois impeachments, um perdedor nas urnas e, agora, um criminoso condenado, colocaria os pés na Casa Branca novamente. Mas, neste final de semana, ele se deleitou com seu improvável retorno político diante de apoiadores de seu movimento Maga (Make America great again).

No sábado, Trump deu uma festa em seu clube de golfe em Sterling, Virgínia, que contou com um imitador de Elvis Presley e uma exibição de fogos de artifício que iluminou a noite escura. Seguindo a tradição, ele passou a noite de sábado na Blair House, a residência oficial de hóspedes do presidente em frente à Casa Branca.

Lá, ele organizou um café da manhã privado com senadores republicanos no domingo. Sua agenda também incluiu um discurso em um comício numa arena esportiva no centro da cidade. “Nós vencemos”, declarou, exultante, após subir no palco na Capital One Arena de Washington, acompanhado por um de seus hinos de campanha, God Bless the USA.

Prometendo “retomar nosso país”, o futuro 47º presidente disse: “Amanhã ao meio-dia a cortina se fecha em quatro longos anos de declínio americano e começamos um novo dia de força e prosperidade americanas, dignidade e orgulho.”

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“Vamos parar a invasão de nossas fronteiras”, prometeu. “Vamos desbloquear o ouro líquido (petróleo) que está bem debaixo dos nossos pés. Vamos trazer de volta a lei e a ordem às nossas cidades. Vamos tirar a ideologia radical woke do nosso exército.”

Trump prometeu que na segunda-feira ele iria “agir com velocidade e força históricas em todas as crises que nosso país enfrenta”. Ele também tentou reivindicar o crédito por impedir (ou atrasar) o banimento do TikTok para usuários americanos e pela libertação de reféns de Gaza no domingo.

Mais cedo no comício, o conselheiro sênior de Trump, Stephen Miller, prometeu que ele emitiria na segunda-feira “uma ordem executiva encerrando a invasão da fronteira, enviando os ilegais para casa e tomando a América de volta”.

Trump acrescentou: “As medidas de segurança de fronteira que descreverei em meu discurso inaugural amanhã serão o esforço mais agressivo e abrangente para restaurar nossas fronteiras que o mundo já viu.”

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Trump também sinalizou que planeja uma chuva de indultos para seus apoiadores que invadiram o Capitólio. “Amanhã, todos nesta arena muito grande ficarão muito felizes com minha decisão sobre os reféns do 6 de janeiro”, disse ele.

Sua posse ao meio-dia de segunda-feira será a primeira com a presença dos líderes estrangeiros, entre eles o vice-presidente chinês, Han Zheng, o presidente da Argentina, Javier Milei, e a premiê da Itália, Giorgia Meloni. Trump fará um discurso inaugural que, segundo ele, terá um tom “unificador”.

Kamala Harris, oponente de Trump na batalha acirrada do ano passado pela Casa Branca, também estará presente, enquanto o senador de Ohio, J.D. Vance assume seu lugar como vice-presidente. Harris, que se tornou a candidata presidencial democrata depois que Biden foi forçado a se retirar da disputa em julho, havia enquadrado o rival como uma ameaça fundamental à democracia que exploraria seu poder recuperado para acertar contas políticas, ignorando as necessidades dos americanos comuns.

Após um desfile interno para 20 mil apoiadores, espera-se que o republicano comece a emitir uma série de ordens executivas. Ele prometeu que no primeiro dia perdoaria os invasores do Capitólio, fecharia a fronteira sul e lançaria o maior programa de deportação de imigrantes ilegais.

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A equipe de Trump planeja dar início a uma grande operação em Chicago a partir de terça-feira com até 200 agentes do Serviço de Imigração e Alfândega (Ice), visando estrangeiros sem documentos com antecedentes criminais tão leves quanto infrações de trânsito, informou o Wall Street Journal.

Uma ausência notável entre os muitos dignitários convidados será Michelle Obama. A ex-primeira-dama disse que não comparecerá ao evento depois de também faltar ao funeral do ex-presidente Jimmy Carter, no início deste mês. Mas outra ex-primeira-dama bem conhecida, Hillary Clinton, testemunhará o segundo juramento de Trump, oito anos depois de ter comparecido à sua primeira posse após sua derrota para ele na disputa presidencial de 2016.

Naquele primeiro discurso de posse, Trump adotou um tom ameaçador ao descrever um país à beira da calamidade, prometendo acabar com a “carnificina americana”. Seus assessores indicaram que seu discurso será muito mais esperançoso desta vez, o que seria uma mudança surpreendente para quem ridicularizou os Estados Unidos como “uma nação em declínio” sob a liderança de Biden e Harris durante sua campanha.

Enquanto Trump assume o poder, Biden deixará a Casa Branca na manhã de segunda-feira. Ele sai do cargo com um índice de aprovação anormalmente baixo, em meio a ataques contínuos de colegas democratas, muitos dos quais culpam a derrota de Harris pela recusa de Biden em abandonar a corrida presidencial mais cedo.

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Em seu discurso de despedida na última quarta-feira, Biden evitou perguntas sobre seu legado e, em vez disso, fez um aviso franco sobre a “concentração de poder e riqueza” da nação nas mãos de poucos privilegiados.

“Hoje, uma oligarquia está tomando forma na América de extrema riqueza, poder e influência que literalmente ameaça toda a nossa democracia, nossos direitos e liberdades básicos, e uma chance justa para todos progredirem”, disse ele.

Ao marcar o fim de uma carreira política que começou com sua eleição para o Senado em 1972, Biden concluiu: “Após 50 anos de serviço público, dou minha palavra, ainda acredito na ideia que esta nação representa – uma nação onde a força de nossas instituições e o caráter de nosso povo importam e devem perdurar. Agora é sua vez de ficar de guarda.”

Foi um alerta para os Estados Unidos, que embarcam em mais quatro anos de governo Trump, em que a única certeza é: vai ser com emoção.

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